quarta-feira, 26 de julho de 2006

Palavras bonitas

Quando eu morrer voltarei para buscar
Os instantes que não vivi junto do mar

Sophia de Mello Breyner Andresen
Mar
Editorial Caminho

Foz do Arelho

Hoje (como sempre) a Foz estava linda!
O mar azul (ou verde), pintalgado, lá ao fundo, pelas nódoas brancas da espuma das ondas apressadas. Junto à areia, a rebentação é forte e o "muro" das ondas a prepararem a chegada é enorme, quase tão grande como a sensação de o furar e sentir toneladas de água, cristalina e salgada, a passarem por sobre as nossas costas.
Este ano tenho de me limitar a ver os outros! As costas não permitem aventuras!
Se tudo correr como se espera, a desforra acontecerá em 2007, já com o meu neto a chapinhar, para lhe tomar o gosto.

quinta-feira, 20 de julho de 2006

Matemática

O tempo de estudante já lá vai há uns bons anos! O tempo de aprender mantém-se vivo e actuante!
Fazia-me alguma confusão (própria da idade?) o facto de os estudantes terem tantas dificuldades em dominar a ciência dos números.
Descobri ontem, como diz um amigo meu, "a razão do porquê".
A culpa é da Matemática e não dos estudantes.
A ciência, que era exacta, deixou de o ser.
Explique-se o imbróglio: Na A.R. foi analisado e discutido o cumprimento orçamental do primeiro semestre de 2006; para uns, a despesa foi inferior ao orçamentado e, por isso, estamos de parabéns porque vamos no bom caminho; para outros, deu-se o inverso e, afinal, a despesa ultrapassou largamente o valor orçamentado, caminhando-se a passos largos para o abismo.
O leigo conclui: afinal a Matemática é uma ciência de "mais ou menos", "mais coisa, menos coisa", "anda por aí", uma vez que a soma das mesmas parcelas dá resultados completamente diferentes.
E depois querem que os estudantes tenham boas notas !!!
Não explicam ...

domingo, 16 de julho de 2006

Palavras bonitas

O Portugal futuro

O Portugal futuro é um país
aonde o puro pássaro é possível
e sobre o leito negro do asfalto da estrada
as profundas crianças desenharão a giz
esse peixe da infância que vem na enxurrada
e me parece que se chama sável
Mas desenhem elas o que desenharem
é essa a forma do meu país
e chamem elas o que lhe chamarem
Portugal será e lá serei feliz
Poderá ser pequeno como este
ter a oeste o mar e a Espanha a leste
tudo nele será novo desde os ramos à raiz
À sombra dos plátanos as crianças dançarão
e na avenida que houver à beira-mar
pode o tempo mudar será verão
Gostaria de ouvir as horas do relógio da matriz
mas isso era o passado e podia ser duro
edificar sobre ele o Portugal futuro

Ruy Belo
Todos os Poemas
Assírio e Alvim

segunda-feira, 10 de julho de 2006

Caldas da Rainha

Caldas da Rainha é uma cidade de características únicas por:

  • Continuar a ser da Rainha, num país que é republicano há quase cem anos?
  • Não ter qualquer semáforo, provando a inutilidade deste equipamento na fluidez do trânsito?
  • Ter quase tantas rotundas como a cidade do Ruas, o que manda correr à pedrada os fiscais do ambiente?
  • Ainda não ter assinado o contrato com a EDP e ter uma iluminação pública óptima para se dançar o tango?
  • Ter um Presidente da Câmara com uma capacidade física invejável, como provou na "corrida" que deu ao Primeiro Ministro Guterres?
  • Ter concertos musicais com o trânsito a passar e o vento a assobiar?
  • Ter um mercado medieval em permanência, que faz a inveja de muitos?
  • Ter a praia mais bonita (Foz do Arelho) e um jardim admirável (Parque D. Carlos I)?

Embora as afirmações anteriores sejam todas verdadeiras, nenhuma delas é suficiente para fazer de Caldas da Rainha cidade única do país.

A razão é meteorológica, a saber: ontem, segundo os técnicos, foi o dia mais quente do ano. Hoje, a situação repetiu-se, aconselhando-se, até, muita cautela com a exposição solar e as possibilidades de desidratação.

Por cá, choveu de Domingo para Segunda e as altas temperaturas rondaram os 23 graus.

Só nas Caldas !!!

quinta-feira, 6 de julho de 2006

O meu neto

O meu neto tem 24 horas e 51 centímetros! Já é grande!

Ainda não lhe peguei, é verdade, mas não se pegam ao colo as pessoas grandes. É difícil e pode trazer problemas de coluna, cuja verticalidade devemos sempre preservar.

Verifiquei que já abre os olhos, espantado com a paisagem nova e desejoso de ver mais longe. Fundamental! Ver, claramente visto, mesmo nas zonas escuras que lhe hão-de surgir.

A sua voz já se faz ouvir! Reclama, com razão, a alteração da morada e o seu desconforto. Um afago, sossega. Aprendeu depressa!

Um dia destes vou conversar com ele, de homem para homem. Nada dessas lamechices de avô cota.
O meu neto já é grande!

quarta-feira, 5 de julho de 2006

Mais um elemento

Chegou o GIL. Adiantou-se em relação ao tempo previsto, provando que em Portugal ainda é possível chegar antes da hora marcada. O tio não ficou muito satisfeito, por pensar que a sua capacidade de persuasão tinha sido suficiente para o convencer a só chegar no dia 16.

Desembarcou às 19H46, com tudo no sítio e uma grande vontade de marcar o seu terreno, chorando a plenos pulmões.

Fica o registo.