quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Ano Novo

Está a acabar!
Com a "troika", a diminuição do fogo de artifício na passagem, a redução do subsídio de Natal, a demissão de Sócrates, a ascensão de Passos, a passividade de Cavaco, o apuramento da selecção, "com tranquilidade", a dívida, o défice, as privatizações, o BPN, o Lima e o Loureiro, os chineses, os alemães, os franceses, os gregos, os irlandeses, (parece a cantilena da primária, com os Vândalos, os Suevos e os Alanos), está a dar as últimas, como acontece desde que existe o calendário com esta configuaração.
Vem aí o Novo, que será bom se se cumprirem os desejos de todos para todos, será assim assim para alguns, péssimo para muitos e óptimo para um número reduzido de vivaços. Trará o novo acordo ortográfico (vamos lá a ver se me habituo) e a crise, a sério. 
Cá estaremos para a enfrentar, com a ajuda daqueles que, durante estes anos de fartura, encheram o baú, para, agora, solidários, redistribuir. Das poupanças que essa gente cautelosa fez, beneficiará agora esse conjunto de gastadores que não pensaram no futuro e gastaram à tripa forra ...
Tal como antigamente, se não existisse gente que de nós tomasse conta, onde iríamos parar!
Bom Ano para todos! 
2012 vai ser ótimo!!!!

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

BOAS FESTAS

História Antiga

Era uma vez, lá na Judeia, um rei.
Feio bicho, de resto:
Uma cara de burro sem cabresto
E duas grandes tranças.
A gente olhava, reparava e via
Que naquela figura não havia
Olhos de quem gosta de crianças.

E, na verdade, assim acontecia.
Porque um dia,
O malvado,
Só por ter o poder de quem é rei
Por não ter coração,
Sem mais nem menos,
Mandou matar quantos eram pequenos
Nas cidades e aldeias da nação.
                                                                                      Faianças Bordalo Pinheiro
Mas, por acaso ou milagre, aconteceu
Que, num burrinho pela areia fora,                                           
Fugiu
Daquelas mãos de sangue um pequenito
Que o vivo sol da vida acarinhou;

E bastou
Esse palmo de sonho
Para encher este mundo de alegria;
Para crescer, ser Deus;
E meter no inferno o tal das tranças,
Só porque ele não gostava de crianças.

Diário I
Miguel Torga
Gráfica de Coimbra (1989)

sábado, 17 de dezembro de 2011

Orçamento (II)

Afinal o défice de 2011 não vai ser de 5,9% (como tinha sido referido aqui), mas sim de uns fantásticos 4,5%, o que prova que os cálculos tinham sido rigorosos e que o que falhou foi a matemática ...
Nesta altura, os poucos leitores deste blog já comentam:
- Lá está ele com a ironia e a ocultar informação que toda a gente conhece. A redução verificada ficou a dever-se à transferência dos Fundos de Pensões da Banca, com a qual não contava quem fez as contas.
E têm toda a razão!
Ninguém contava que isto acontecesse, embora estivesse a ser negociado há mais de um ano...
E o mais extraordinário é que não só o défice baixa exactamente 1,4% como é possível utilizar metade do valor dos fundos para liquidar dívidas do Estado que, de outra forma, continuariam "no livro" ou no "segredo" da contabilidade do baú. 
Saiu o Euromilhões ao Estado, graças à benemerência dos Bancos que, cautelosamente, constituiram e provisionaram fundos para as pensões dos seus empregados no valor de 6 mil milhões de euros quando, afinal, só seriam necessários 3 mil milhões. 
Voltamos, aqui, ao problema da matemática, ciência inexacta e baseada em balelas. Os Bancos, cautelosos e benfeitores, admitiram que, apesar da esperança média de vida rondar os 75 anos, nos seus empregados, em resultado das boas condições de trabalho e dum horário laboral reduzido, aliadas a tarefas pouco ou nada desgastantes e sem qualquer pressão, essa esperança de vida atingiria os 150 anos e, em consequência, os fundos teriam de ser provisionados para acautelar esse futuro.
Estúpidos! Reduziram os  seus lucros, afectaram a sua liquidez, reduziram actividade, diminuíram os dividendos pagos aos accionistas, sem qualquer necessidade nem justificação. Pela certa, usaram uma "maquinazeca" de calcular em vez do Ipad do Gaspar.
Aí têm o resultado! Torçam a orelha, chorem sobre o leite derramado ... mas previnam-se: adquiram já um Ipad ou comprem um Gaspar. 

domingo, 11 de dezembro de 2011

Lagoa de Óbidos

Está em curso um processo de dragagem da Lagoa, com o intuito, entre outros, de abrir a "aberta" (pleonasmo indispensável) num outro local, mais a norte, de forma a proteger o Gronho e as habitações da margem esquerda, e também a Avenida Marginal, na margem direita.

Espera-se, com estes trabalhos, que a nova "aberta" proporcione a renovação da água da Lagoa em toda a sua extensão e que elimine algumas "ilhas" de areia, já com grandes culturas herbáceas.
Deseja-se, também, que a praia continue extensa, agradável e bonita, como sempre.


terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Bom gosto

Quando a capacidade é pouca e a imaginação escasseia, o melhor é aplaudir as iniciativas dos outros, como esta que a Sociedade Portuguesa de Pneumologia e a Fundação Portuguesa do Pulmão levaram a efeito, no mês passado, na Gare do Oriente em Lisboa.