segunda-feira, 25 de abril de 2016

25 de Abril

FLOR DA LIBERDADE

Sombra dos mortos, maldição dos vivos.
Também nós ... Também nós ... E o sol recua.
Apenas o teu rosto continua
A sorrir como dantes,
Liberdade!
Liberdade do homem sobre a terra,
ou debaixo da terra.
Liberdade!
O não inconformado que se diz
A Deus, à tirania, à eternidade.
Sepultos insepultos,
Vivos amortalhados,
Passados e presentes cidadãos:
Temos nas nossas mãos 
O terrível poder de recusar!
E é essa flor que nunca desespera
No jardim da perpétua primavera.

Orfeu Rebelde
Miguel Torga
Gráfica de Coimbra (1992)


domingo, 24 de abril de 2016

Livros (lidos ou em vias disso)

Terminada há pouco uma viagem pelo Porto do século XIX, caracterizando a nobreza decadente e a ascendência da burguesia, numa linguagem camiliana e uma eloquência cativantes.

"(...) Não pensem que um escritor consciencioso escreve uma linha só que seja com o intuito de encher papel; que invente um episódio para seu recreio: tudo aqui vem a propósito, desde o facto mais somenos ao pormenor de maior vulto, e os leitores que esquadrinham os fins e suspeitam uma ideia em cada palavra impressa acharão neste romance demonstrações de que os grandes acontecimentos da vida, que fazem pasmar o mundo, são como os nevões: um floco de neve que rola do cimo das montanhas ao chegar às fraldas destrói casas e plantios, embrulha vidas humanas e rompe o equilíbrio das coisas."(...)

Rio do esquecimento
Isabel Rio Novo
D. Quixote (2016)

sexta-feira, 8 de abril de 2016

Quotidiano / Expresso

Um dia destes, como me parece que já por aqui escrevi, vou marcar uma entrevista com o Dr. Balsemão para lhe pedir um "agrado" pela publicidade que faço do seu (dele) Expresso, para além de ser seu leitor desde o número um, publicado no já longínquo ano de 1973.
Mas, honra lhe seja, o Expresso continua a merecer a minha preferência e a dar-me sempre razões para continuar a fidelidade. Agora, no online, dá "aulas", concisas e precisas, que são um encanto e, no caso concreto das duas que insiro abaixo, dizem muito a quem é (foi) "do ramo".