terça-feira, 27 de janeiro de 2015

quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

Liberdade

Do Expresso Diário.

"     É talvez um pouco pomposo o que vou dizer, mas prefiro morrer de pé do que viver de joelhos.
CHARB (Stéphane Charbonnier), director do jornal satírico francês Charlie Hebdo, assassinado hoje em Paris, numa entrevista ao Le Monde em 2012."

Em Paris morreram hoje mais de uma dezena de pessoas vítimas de dois fanáticos loucos. 
Nessas mortes vai também um pouco da vida dos que entendem a liberdade, a tolerância e o respeito pelo outro como valores cimeiros, e que desprezam qualquer culto, ideia ou atitude que não os proteja.


sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

Balanço 2014

De forma recorrente e sempre que mais um ano chega ao fim, surge um sem número de "balanços" versando os mais variados temas e formulando os habituais (e muitas vezes cínicos) votos de que o novo seja melhor para todos e traga as venturas que o que parte não repartiu.
Já em 2015, ao som do Concerto de Ano Novo que a RTP 1 transmitiu directamente de Viena, também embarquei e alinhavei meia dúzia de linhas que permanecerão "hibernadas" por aqui e que, espero eu, serão um dia lidas pelos meus vindouros, com um sorriso condescendente para com as limitações que, nessa altura, ainda serão mais evidentes.
O ano de 2014 foi fértil e seria pretensioso querer deixar aqui, mesmo em resumo, referências a tudo o que aconteceu. Ficam apenas as anotações do que vem à lembrança de quem, desde sempre, foi lagartixa na sociedade sem querer ser jacaré e procura, ainda hoje, ser crocodilo no conhecimento.
Ainda não foi em 2014 que se resolveram os grandes problemas do mundo e, ao contrário, muitos deles agravaram-se de tal modo que é difícil prever aonde nos levarão.
A anexação da Crimeia, o conflito na Ucrânia, as guerras religiosas, o novo estado islâmico, a fome e a miséria em África, o desemprego e a frustração na Europa, os desastres aéreos, a mortandade no Mediterrâneo, os "drones", a devassa da privacidade, as negociatas e a lógica dos mercados, os interesses, os meios que justificam os fins, a descida de petróleo para valores que os distintos analistas nunca previram, as taxas de juro ao "preço da chuva", e a economia ... estúpido.
Registe-se, no contraditório, o novo som da Igreja Católica pela voz do Papa Francisco.
Por cá surgiram grandes e inesperadas novidades, com altas figuras a serem condenadas, um ex-primeiro-ministro e vários quadros superiores do Estado detidos e indiciados de um crime que, até aqui, raramente fazia parte da "livraria" judicial. 
Pelo caminho, o Governo preocupa-se por nós e resolve todos os nossos problemas com a autoridade e o saber só ao alcance das mentes escolhidas para esse efeito. Procura vender tudo o que é mal gerido no público e será excelentemente comandado no privado, mesmo que os comandantes sejam os mesmos que sempre tiveram a responsabilidade de dirigir e nunca foram responsabilizados por isso.
Morreu o BES e a Portugal Telecom, a TAP vai seguir o caminho da ANA, da EDP e da REN, entre outras. 
As empresas de trabalho temporário continuam a prosperar, alugando os "escravos" do século XXI por preços cada vez mais competitivos. Os impostos sobem sem dificuldade, as despesas não diminuem nem mesmo de forma simbólica, a saúde e a ciência estão em busca da amargura, seguindo pelas ruas da mesma. 
Existe uma casta de privilegiados que se protege com a mesma manta e um número cada vez maior de pessoas sem emprego, sem esperança mas com futuro garantido ... se abalar daqui.
A Filarmónica de Viena surge, agora, com o início da valsa suprema - Danúbio Azul. Valha-nos isto!
Um esforço contínuo para, tentando estar a par de tudo o que à minha volta se passa, conseguir o isolamento necessário para pensar pela minha cabeça.
Em 2014, para além dos 52 "Expresso", das 52 "Visão" e de igual número das "Gazeta", do JL e do Courrier, li outros jornais e
revistas, incluindo alguns que disso só têm o nome. Ouvi notícias, vi (pouco) cinema, fui ao teatro, a concertos, passeei, deliciei-me com o mar da Foz (já lá fui hoje), trabalhei como sempre (13 horas, pelo menos, entre a partida para e o regresso do), não tive grandes achaques, vi crescer os meus netos e preocupei-me com os meus filhos, mantive comigo pessoas que estão sempre presentes e nunca serão esquecidas.
Conduzi mais de 5 dezenas de milhar de quilómetros, nadei alguns milhares de metros, caminhei umas dezenas largas de quilómetros, vi futebol e alguns outros desportos, reli poesia - Sophia, Torga, Maria Teresa Horta, entre outros. Fiz muitas outras coisas que não recordo e outras que não devo recordar e ainda li 44 novos livros, de acordo com a estatística que os registos informáticos me facultam. 
Tudo isto em 2014! E em 2015, como será?