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terça-feira, 5 de agosto de 2025

Respeitinho

O país vai de carrinho ... preocupado com as minudências, que ocupam as conversas, distraem da floresta e são tema dos areais.

De acordo com o "discurso" da senhora Ministra, as leis do trabalho têm de ser alteradas, porque há abusos que não se podem admitir. Há mulheres que se aproveitam da lei e usufruem da dispensa de trabalho - duas horas por dia - para amamentarem os filhos até eles irem para a escola (ou para a tropa?).

Solução: prazo fixo de 2 anos, a partir do qual não será possível usufruir. Nem mais um dia ... a lei será para cumprir.

Puna-se, fixe-se, limite-se e teremos toda a gente na linha ... mesmo que a grande maioria lá esteja e não seja abusadora.

E sempre a bem da nação, que não pode pactuar com esta gente que de tudo se aproveita ...

Quantas são? Quantos são?

quinta-feira, 24 de abril de 2025

Confusões

O respeito pelo Papa Francisco e pela sua morte merecia que o Governo tivesse um pouco mais de atenção e cuidado, e não confundisse as comemorações do 25 de Abril com o infeliz acontecimento.

Era o mínimo exigível, mas cada vez há mais gente que não se enxerga ...

domingo, 6 de abril de 2025

Realidade ?!

Com o mundo "tarifado" pelo homem da popa, vamo-nos entretendo com os preâmbulos da campanha eleitoral que, a 18 de Maio, há-de determinar quem assumirá o poder nos próximos quatro anos, se ...

Há sondagens para todos os gostos e opções, opiniões muito bem fundamentadas com o enorme saber de todos e de cada um, comentários a esmo, certezas absolutas sem hipóteses de serem contrariadas. No tal dia, a noite trará a tradução da vontade dos que se derem ao trabalho de ir fazer a cruzinha. Apesar da manipulação a que está sujeita, será determinante e a única que vale ... por enquanto.

Nessa noite, alguns comentadores "sabões" meterão a "viola no saco", outros exultarão com a alegria de terem acertado na opinião espremida e exprimida antes, o que lhes garantirá a respeitabilidade futura e a continuação da "cátedra".

Desaparecerão o Bolhão e o betão, o abono de família e o IRS, as rendas de casa, os trabalhadores e o povo, até que a nova Assembleia se instale nas cadeiras de S. Bento e se regresse à rotina.

Qual o futuro Governo? Ver-se-á depois! Prognósticos, como dizia o outro, "só no fim do jogo" ...

domingo, 16 de março de 2025

Registos

Há 51 anos, uns quantos "rapazes" apressados marcharam sobre Lisboa e mostraram a toda a gente que algo ia mal no nosso "reino" e que era imperioso mudar.

A data ficará na História, registada com uma nota de rodapé, importante, mas não fundamental.

Contudo, sem dúvida que merecerá bem mais destaque do que a "notazinha" que há-de referenciar o Governo de Montenegro, agora caído da tripeça.

Mudar é a palavra que os dois acontecimentos terão em comum nos registos históricos.

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2025

Problema?!

Quem por cá anda há já bastante tempo, com um mínimo de atenção ao que o rodeia e com um pouco de memória, vai usufruindo de muitas coisas que já viu, já ouviu ou já leu noutras "eras".

Tem sido bem badalado nos últimos dias a ética ou a falta dela, o conflito de interesses, as "ajudinhas", os contratos de amigos e os amigos dos contratos, as cunhas e o compadrio sem que se vislumbre qualquer anormalidade e tudo sempre dentro da legalidade e com a máxima honestidade. Em síntese, acima de qualquer suspeita e clarinho como água ...

Há perto de sessenta anos, conheci um homem, na época já um velho empresário, que tinha sido motorista de um Ministério. Contava ele que, em determinada altura, o Botas proibiu os funcionários públicos de terem qualquer outra actividade.

- Ó senhor Ministro, logo agora que eu acabei de fazer a minha empresa, ainda por cima com dinheiro emprestado! Que vai ser de mim?

- Não te preocupes, António. A lei é só para os outros ... tu continuas aqui comigo, sem problemas.

sexta-feira, 20 de dezembro de 2024

Realidade ou ficção

Havendo informação sem censura (até quando?), vamos sabendo o que se passa no país, e no mundo, e podemos, por nós próprios, aquilatar a licitude e a verdade dos factos, fazendo a nossa análise sem recorrer aos "analistas" que todos os dias nos "invadem" a casa sem pedir autorização.

Ontem vimos um filme de "cowboys", rodado na Rua do Benformoso, no qual os "cowboys" encostam os "índios" à parede, de mãos bem levantadas e pernas bem abertas, para que a revista decorra com a pompa securitária que o "povo" reclama. Encontraram uma faca ...

Noutros tempos, naquela mesma rua, passava a rusga e a "ramona" levava toda a gente - homens e mulheres - para o Governo Civil, onde os esperava uma noite para mais tarde recordar. Ficavam os proxenetas que, à época, o calão apelidava de chulos. Estes mantinham excelentes relações com a autoridade e sabiam que o negócio prosseguiria no dia seguinte. Ontem não foram para o Governo Civil (já não existe) mas os "índios" foram bem avisados (em que língua?) e enxovalhados. E os proxenetas?

Andaremos à nora ou os alcatruzes estão a recuperar águas de antanho?

quinta-feira, 15 de agosto de 2024

Distracção

A Foz faz, diariamente, prova inequívoca de que não é possível ter tudo nem agradar a todos: se há sol, vem o vento; se o vento não aparece, o sol ausenta-se; se o mar está calmo, não há temperatura que justifique sentir o frio nos artelhos; se o dia está fantástico, com um sol radioso, sem vento nem nuvens, então o banheiro coloca a bandeira do Benfica porque o mar não está para brincadeiras e pode haver chatices.

- Vamos à aberta!

E lá marcha a excursão, a caminho da piscina natural, de água salgada e sem ondas, mas com água renovada e bem limpinha, que a maré está a encher até quase à uma da tarde.

Pelo caminho, conversa-se sobre o discurso do Primeiro-Ministro Montenegro, gritado às massas no remanso de Quarteira, com o oceano, de poucas ondas, atento ao português utilizado de forma brilhante (ou será com brilhantina?).

Será-lhe difícil esquecer o dia de ontem, tal como os reformados mais débeis não olvidarão o prémio que será-lhe pago no próximo mês. Não será o erro que impedirá a portaria ...

sexta-feira, 5 de abril de 2024

Emblemas

Ainda mal conhecem os cantos à casa (para muitos, o palácio de sonho) e já começa a haver "mosquitos por cordas". Da Secretária de Estado que, ainda antes da posse, já está com as indemnizações (mal) recebidas às costas, até à primeira decisão pública do Conselho de Ministros: alteração do logótipo do Governo, fazendo a vontade aos cultores do amor pátrio, de que são lídimos defensores.

Longe dos locais onde a sapiência impera, surge-me a dúvida se esta era a medida que se impunha com a maior urgência e se o procedimento de agora passará a lei futura, com aplicação imperativa a todos os novos governos.

Parece-me ser elementar este procedimento,  que garantirá a eficiência futura. Apraz-me deixar uma sugestão para a próxima quinta-feira: alterar os logótipos das forças de segurança, que já estão bastante caducos ... do tempo, claro!

terça-feira, 2 de abril de 2024

Tempo novo

Hoje haverá novo Governo e, de acordo com a maioria dos ilustres comentadores da nossa praça, será de combate, e constituído por gente de grande prestígio e capacidade, capaz de conduzir os destinos da nação com a proficiência reconhecida, a julgar pelos currículos tão meticulosamente divulgados.

A expectativa aumenta quando se tenta adivinhar a conversa que virá de Belém, sabendo-se quão loquaz gosta de ser o nosso Presidente. Deverá subir a Calçada da Ajuda, a pé, e aproveitar para dar uma aulita de história à sua ajudante de campo e fazer um pouco de exercício.

Apesar de as televisões estarem sintonizadas com o tema desde manhã, com repórteres à chuva a palavrear em modo hiperbólico, a cerimónia só começará daqui a pouco menos de meia hora, salvo se Luís Montenegro fizer alguma alteração de último hora, como lhe pediu encarecidamente o "palrador".

terça-feira, 7 de novembro de 2023

Novos tempos

"(...) Cesse tudo quanto a antiga musa canta,
que outro valor mais alto se alevanta. (...)"
Os Lusíadas - Luís de Camões

Acabaram as notícias e as imagens das guerras. Num ápice, tudo se alterou e as atenções viraram-se para o pedido de demissão do Primeiro Ministro António Costa, que o Presidente da República aceitou de imediato.

Sobre António Costa recaem suspeitas da prática de ilícitos criminais e tráfico de influências, no âmbito da exploração do lítio e do hidrogénio, que levaram à detenção de personalidades que lhe são próximas, de entre as quais se destaca o seu Chefe de Gabinete.

A Procuradoria- Geral da República, o Ministério Público e a PSP (?) irão investigar com a habitual celeridade e eficiência, e apresentar as provas irrefutáveis que, quase de certeza, se encontram já disponíveis e bem guardadas.

Aguardemos, sentados, os capítulos seguintes da novela que hoje teve a sua estreia e que terá, nos próximos capítulos, as eleições antecipadas. 

Felizmente, serão as cruzes dos eleitores a determinarem as caras que virão a seguir.

segunda-feira, 21 de agosto de 2023

Deslocações

Não fui à Polónia, mas podia ter ido. Uma viagem low-cost, baratinha, e aproveitando um quartinho que por lá se acharia disponível e à borla. Teria valido a pena mas optei por Viana, para ver a romaria ...

O Presidente Marcelo, sempre com a preocupação de manter os portugueses muito bem informados, havia anunciado, na passada sexta-feira, que hoje nos comunicaria a todos a sua decisão sobre o diploma das novas regras para a habitação, que lhe tinha sido submetido pelo Governo. E cumpriu ...

Na Polónia, Marcelo Rebelo de Sousa, num português bem escorreito para polaco não entender, informou toda a gente que, afinal, tinha optado pelo veto político ao diploma e que, agora, caberia à Assembleia da República a decisão de o manter ou alterar. Clarinho como água e só não entende quem não quer ...

Os polacos devem ter exultado ao constatarem a sua importância. Recebem um Chefe de Estado que aproveita a viagem para aclarar uma decisão que, imperativamente, teria de ser comunicada não ontem nem amanhã, mas hoje, sem qualquer dúvida. E foi ...

O Presidente, principalmente nos últimos tempos, não se cansa de mostrar que trabalho não lhe falta e que a capacidade para o executar ainda lhe sobra, apesar de os dias se manterem com "apenas" 24 horas. Das águas de Monte Gordo ao avião para a Polónia, aquela cabeça não pára ... 

sábado, 22 de julho de 2023

Fugas

Nesta semana, a Assembleia da República debateu o estado da nação - com casas de alterne a serem chamadas à colação - e o Presidente Marcelo convocou o Conselho de Estado, orgão que, julgava eu, servia para aconselhamento do Presidente da República, com a regra de nada transparecer do que por lá é discutido, afirmado ou concluído. As actas registarão os factos que, a seu tempo, a história analisará.

A Presidência emitiu um lacónico comunicado do acontecimento, sem quaisquer comentários sobre conteúdos ou posições como, de resto, é norma. No entanto, fontes próximas da reunião deixaram escapar alguns temas e opiniões vindas de gente importante, identificada, e crítica da actual situação. Soube-se, até, que o Conselho teria sido interrompido para que o Primeiro-Ministro pudesse apanhar o avião para a Nova Zelândia, a tempo de assistir à estreia da selecção feminina no mundial de futebol.

A esta hora, a Procuradora-geral da República e o Ministério Público deverão estar a ponderar a abertura de um rigoroso inquérito, mobilizando meios para confiscar os telemóveis e os computadores portáteis dos participantes, e descobrindo, com a eficiência de sempre, quem "bufou" o acontecido, violando a lei e o regimento do Conselho.

quinta-feira, 15 de junho de 2023

Viagens

Quase todos os dias me confronto com a frase, já por aqui citada várias vezes, do professor Dragomir Knapic, que me deu aulas nos idos de setenta do século passado: "Quanto mais sei, maior é a minha ignorância". E confirmo-a, sempre, cada vez mais desiludido ou, melhor, mais consciente.

As demissões, as comissões de inquérito, os comentários dos "tudólogos" e as opiniões, sempre claras e assertivas, do mais alto magistrado na Nação, alertam-me para a degradação da minha capacidade interpretativa e obrigam-me a constatar a diminuição, vertiginosa, dos neurónios que permitem o acesso ao entendimento.

As notícias de ontem informaram que a Top Atlântico, na sua qualidade de agência organizadora da viagem de Marcelo Rebelo de Sousa a Moçambique, assumiu o pedido de alteração da data do regresso do Presidente, sem que ninguém lho tivesse pedido e apenas com a preocupação, suprema, de facilitar a agenda do Presidente.

Parecendo-me desde logo estranho que a agência de viagens saiba os condicionalismos da agenda, fico apreensivo e a pensar que, se fosse comigo, correria o risco de não ter ninguém à minha espera no aeroporto, por o regresso acontecer antes da data programada, sem o meu conhecimento e consentimento.

Assim sendo, como confiar numa agência que se permite tentar alterar a data do regresso do Presidente da República sem lhe "passar cartão" ou "dar cavaco", transportando situação idêntica para um ser vulgar de Lineu que, ainda por cima, nunca passará de um "cliente da treta".

sábado, 10 de junho de 2023

10 de Junho

Comemora-se hoje o Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas. Depois do início na África do Sul, as cerimónias oficiais decorreram no Peso da Régua, confirmando-se que o interior, tantas vezes esquecido, também tem direito à festa e sobre ela manifestou grande carinho e orgulho.

Para além dos desfiles próprios da ocasião, num tempo de guerra em que, por cá, ainda se limpam armas, houve os discursos de circunstância, com Marcelo a apelar à "poda das árvores" numa terra de cepas. Também se assistiu à sofreguidão costumeira de quem dá notícias, na procura dos protestos dos professores, dos assobios ao (ainda) Ministro Galamba, dos comentários do líder da oposição sobre a carta escrita e a resposta recebida.

O dia, que já foi da raça de má memória, vai terminar sem que o Peso da Régua se faça sentir sobre quem se porta mal. Felizmente, o tempo dela já passou há muito. Nos entretantos, alguns professores em protesto portaram-se francamente mal, deixando a turma perplexa. Quem dirigia a "aula" não teve a capacidade de corrigir e manter o nível.

sábado, 20 de maio de 2023

Fama

A telenovela TAP versus computador surripiado, roubado, desviado, transviado, com gritaria, ameaças, diz que disse, seguranças e polícia à mistura, conhece uma curta pausa de fim-de-semana. Outros valores mais altos se alevantam e é fundamental concentrar energias no futebol, que está ao rubro e a dar audiências e vendas, antecipando-se que o Benfica será campeão se ganhar em Alvalade e o Porto perder com o Famalicão, o que garante a permanência de todos os olhos e ouvidos bem atentos.

Segunda-feira haverá novos episódios, com muitos Zandinga a fazer previsões e a afirmar certezas sobre quem prevaricou, se é roubo ou furto, ou se, afinal, é apenas uma brincadeira de garotos, que se poderia resolver com um par de estalos e nunca com dois socos, como parece ter sido ameaçado pelos dois principais actores.

Ambicionemos que o bom senso regresse ao local de onde nunca deveria ter saído e que, do acontecido, se tirem conclusões rápidas e se corrijam procedimentos. Talvez seja de ponderar a obrigação de frequência e aproveitamento na disciplina de "Serviço Público".

Entretanto e para que se habituem a trabalhar, talvez seja importante passarem os olhos pel'Os Lusíadas, não para lerem toda a obra mas fixando a atenção nas estrofes 95 e 97, do Canto IV.

Aprende-se sempre alguma coisa ...

95
Ó glória de mandar, ó vã cobiça
Desta vaidade, a quem chamamos Fama!
Ó fraudulento gosto, que se atiça
Cua aura popular, que honra se chama!
Que castigo tamanho e que justiça
Fazes no peito vão que muito te ama!
Que mortes, que perigos, que tormentas,
Que crueldades neles experimentas!

97
A que novos desastres determinas
De levar estes Reinos e esta gente?
Que perigos, que mortes lhes destinas,
Debaixo dalgum nome preminente?
Que promessas de reinos e de minas
De ouro, que lhe farás tão facilmente?
Que famas lhes prometerás? Que histórias?
Que triunfos? Que palmas? Que vitórias?

Os Lusíadas
Luís de Camões

quinta-feira, 18 de maio de 2023

Aprendizagem

As conversas, ou melhor, as dissertações profundas e eloquentes a que temos assistido nas nossas televisões, reproduzindo o que se tem passado no Governo, no Parlamento e em Belém nos últimos tempos, fazem lembrar a velha anedota picante que suscita sempre o comentário: está a descer de nível e a subir de interesse.

Assessores, ministros, chefes de gabinete, deputados, comissões, políticos em geral, têm dado, com poucas e honrosas excepções, um exemplo claro de como não se deve actuar na causa pública, da necessidade de transparência e do dever de servir objectivamente o país, como consta do juramento que, solenemente, todos os titulares de cargos públicos, subscrevem.

Aos olhos de quem vê de longe e já vai sofrendo de miopia, salta à vista que há meninos a quem não chega portar-se mal no recreio e acabam também a fazer asneiras nas aulas.

Há uns meses, foi tema de conversa um inquérito que deveria ser preenchido por todos os candidatos a governantes, com vista a deixarem explícitos os activos detidos antes da entrada na esfera do poder. Os últimos acontecimentos parecem aconselhar que, cumulativamente, haja acções de formação a antecipar a ida para o governo, e que seja condição obrigatória a obtenção de nota positiva, sem recurso a cábulas ou copianço. 

sexta-feira, 5 de maio de 2023

Na escola ...

Os alunos têm andado deveras distraídos na sala de aula, coisa estranha e deveras preocupante, quando as condições eram mais do que suficientes para um excelente aproveitamento. Não prestam atenção à matéria, brincam quando deviam estar concentrados, adiam a concretização dos trabalhos, metem os "pés pelas mãos", têm a resposta na ponta da língua ou na mensagem do telemóvel, usam linguagem bué da fixe, mas inconsequente.

O director, atento, há já algum tempo que vinha avisando que lhe apetecia fechar a escola e tinha esse direito, tal como o de criar condições para que pudesse ser recrutado um novo professor, mais apto a dar as aulas como ele gosta. O seu mandato vai chegar ao fim e não há recondução possível. Por isso, é importante conseguir os objectivos, para que a história registe a sua passagem com letras garrafais. 

Como acontece quase sempre, a vontade, por si só, não resolve nenhum problema. A procura incessante de alguém disponível e capacitado tem sido muito difícil e os vários candidatos que já apareceram não parecem reunir as condições necessárias. Vai daí, o director resolveu manter a escola aberta e, duma cajadada, matou dois coelhos: o primeiro, dando umas palmadas bem fortes em alguns alunos brincalhões e distraídos, colocando o professor em sentido, advertindo-o que, ou entra na linha e executa o programa, ou marcha a toque de caixa da escola, só parando em Bruxelas; o segundo, dando tempo que os candidatos ao lugar cheguem a acordo entre si, por forma a que só um se sente na cadeira, ainda que apoiado por outros, sem grande barulho nem malcriadices.

O director falou grosso, o professor ouviu, no caminho para casa, através do rádio do automóvel. Os alunos tremeram de medo, foram espreitar Braga por um canudo e juraram portar-se melhor. Os comentadores da ocasião demoraram a perceber que, afinal, não tinham adivinhado nada e que o director não tirara as ilações que eram óbvias.

A dúvida, agora, é se as aulas chegam ao fim do período e há exame na data marcada ou se, pelo contrário, o director tem um acesso de mau humor, faz um teste inopinado e aproveita um qualquer candidato que se perfile e tenha boas sondagens.

O dilema persistirá ainda uns tempos, na expectativa de que os cursos de verão façam surgir, como por milagre, alguém com perfil para dar a matéria como convém.

Até lá, tento na língua, que hoje é o dia dela: Dia Mundial da Língua Portuguesa!

quinta-feira, 20 de abril de 2023

Birrinhas

Ainda não é desta. Marcelo mantém as suas dúvidas sobre a eutanásia e torna a devolver o diploma ao Parlamento, sem o promulgar. Refere algumas indicações de pormenor, retiradas da sua sábia cartola.

- Os meninos não fazem o ditado sem erros, como querem que vos dê positiva. Vou enviar informação escrita aos encarregados de educação.

Parece que as dúvidas constitucionais estão todas sanadas. Subsistem as existenciais e a vontade de marcar terreno. Os dias vão passando, dando razão aos que dizem que, no país, só há dois tipos de problemas: aqueles que o tempo resolve e os outros, que nem o tempo consegue resolver.

O Governo, invejoso, não quer enviar o parecer jurídico à Comissão Parlamentar de Inquérito da TAP. Esse douto parecer, se existe, suportou a porta de saída da senhora CEO e, de acordo com outras opiniões ilustres, é fundamental para a análise da Comissão.

Sururu armado, com uns a dizerem que o menino se portou mal, outros a afirmarem que o menino não tem de indicar a matéria e os sítios onde estuda, devendo apenas responder às questões do teste.

Por este caminho, ainda chega ao poder alguém, escolhido por uma qualquer divindade, que tem as certezas absolutas sobre tudo e não admitirá discussão.

quarta-feira, 19 de abril de 2023

Figos

A figueira é uma árvore que se pode ver em todas as regiões do país, embora o seu fruto não tenha a mesma qualidade em todos os sítios. Há zonas onde o figo, seja moscatel ou pingo-de-mel, é doce, fresco, muito saboroso. Outras há em que é bem melhor saboreá-lo passado ou seco, para que as papilas gustativas não sofram nenhuma desilusão. 

Todos são produzidos por árvores que, tendo por particularidade a ausência de flor, desenvolvem o seu verde em cômoros, pequenos espaços, no meio de outras, com cereal semeado em volta, dispensando as habituais tarefas de cuidar, da poda à pulverização, do adubo ao remexer da terra. Estão lá e pronto. Cumprem a sua função de dar figos a quem deles gosta e de servir de poiso aos pássaros.

Na minha juventude, aprendia-se e dizia-se, quando acontecia uma qualquer queda, que se tinha plantado uma figueira no local onde se dera o trambolhão.

- Vai com atenção e vê lá se a figueira que aí plantaste já deu figos ...

Ontem, António Costa plantou uma figueira na visita que fez aos hipermercados, à procura do IVA 0%. Cedeu ao popularucho, ao chamamento das câmaras e dos microfones, aos mirones opinativos ou deslumbrados com a imagem, numa arruada perfeitamente escusada e que talvez se devesse ter estendido às mercearias de bairro. Seria a festa completa e a queda bem mais eloquente.

Daqui a uns tempos, alguém lhe irá perguntar se a figueira plantada já deu figos ou se a estrada está arranjada para dar passagem aos pretendentes sabões ...

segunda-feira, 10 de abril de 2023

Serviço público

Se tivesse na minha posse o endereço electrónico daquele ex-Secretário de Estado que, preocupado, tentou fazer um agrado ao Presidente da República, enviar-lhe-ia um pedido para me conceder o especial favor de aumentar as horas do dia de hoje, o que me teria dado um jeitão.

Não é possível! Primeiro, porque aquele menino já não exerce funções no executivo nacional; segundo, porque a duração dos dias não está ao alcance de um qualquer, nem dependente da colagem de uma folha no calendário ou de um cartaz no primeiro muro disponível; terceiro, porque os assuntos de tão grande responsabilidade não podem ser tratados com mensagens amorfas, comentários nas redes ou mails de convivialidade abundantemente abreviada. 

Apesar de os últimos tempos terem sido férteis em asneiras que mais parecem obra de meninos rabinos numa aula da escola leccionada por um professor básico, convenhamos que é importante que as criancices se saibam e desse conhecimento resulte a consciência que servir publicamente é muito mais do que servir o (seu) público. 

E há muitos "abafadores" à espreita e sedentos de agarrarem uma oportunidade.