domingo, 4 de fevereiro de 2018

Aprender ... sempre

Porque não pertenço à "multidão que, tendo caído no caldeirão, já sabe tudo de antemão", transcrevo, com a devida vénia, a admiração imensa e o respeito por quem sabe, a crónica de Miguel Esteves Cardoso no Público de ontem:

"Estamos todos a aprender a falar e a escrever português, excepto aquela abençoada multidão que, tendo caído no caldeirão, já sabe tudo de antemão. Sendo omnisciente, não precisa de dicionários ou de livros sobre língua portuguesa. Sendo jovem e despreocupada, basta-lhe a erudição monumental da Internet. Para quê esfoliar a pele dos dedos a folhear (ou, como eles dizem, a desfolhar) pesados cartapácios (eles dizem catrapázios), quando bastam duas carícias no teclado para esclarecer logo todas as dúvidas num dos magníficos dicionários digitais que até fazem o favor de validar os erros mais populares dos internautas?
Claro que já não se passa sem a Internet, mas é preciso cuidado. Já há um ditado e tudo: "Se queres aprender bom português, cinge-te ao Ciberdúvidas, ao Chove Chove e ao Hélder Guégués". 
Foi no excelentíssimo Chove Chove, que tanta coisa boa me tem ensinado que soube do Dicionário de Erros Frequentes da Língua de Manuel Monteiro, publicado em 2015. Li-o de uma assentada, chocado com a quantidade de erros que me acompanhou (ou acompanharam?) à minha formidável idade, entendendo-se este último adjectivo como sinónimo de assustadora.
Se eu mandasse neste país, ofereceria um exemplar desta obra-prima da língua portuguesa a todos os portugueses com mais de 8 anos. Nunca um livro divertiu e ensinou tanto. É devastadoramente útil e urgente. É uma apaixonante e inteligente declaração de guerra à ignorância, à preguiça, à complacência e à estupidez.
Precisamos todos dele."

A começar por mim ...

Sem comentários: