A fila para a caixa do supermercado tem três ou quatro pessoas. À minha frente, um casal, acompanhado da filha, bem jovem, aguarda a disponibilidade da passadeira para colocar as suas compras. Não demorou muito e ele começou a descarregar o carro, dos pequenos. A mulher "admira" o telemóvel, passando o dedo a grande velocidade. A filha "absorve" um doce branco, fino e comprido que parece ser um poço de açúcar.
- Sabes bem que isso te faz mal aos dentes, mas és teimosa ...
- Não me fales em dentes, que fico em pulgas, diz a mãe exibindo uma dentadura com falhas visíveis a olho nu.
Compras colocadas, o carrinho colocado no sítio devido, dentro do último que lá se encontra. A empregada carrega no pedal, a passadeira desloca-se e abre espaço para a meia dúzia de produtos que irei pagar. O meu carro segue o caminho do anterior mas ... há uma lata, grande, bem lá no fundo.
- Desculpe, aquela lata não é sua?
- É, é. Bebi o sumo e esqueci-me dela ali e ... afinal até ainda tem um bocadito.
Passa a lata à mulher, que já está para lá da menina da caixa. Sempre com os olhos no telemóvel, bebe o resto da lata e coloca-a no saco onde a mão disponível vai pondo as compras.
A lata não apitou na caixa e a menina não viu ou fez que não viu. Era o que eu devia ter feito, mas não resisti. Mau feitio ...
É preciso lata!
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