"(...) Mas nem toda a história de retrocesso é uma história de derrota.
Na Segunda Guerra Mundial, mais uma vez, os serviços especiais do exército inglês desenvolveram ratos incendiários. Os ratos, cuja utilidade para os serviços de informações ou para os militares parece despontar apenas depois de devidamente privados de vida, eram esventrados e recheados com explosivos, sendo então distribuídos na cercania das casas de máquinas alemãs, na esperança de que os boches, subconscientemente condicionados pela mortandade decorrente das muitas eclosões de peste negra na Idade Média, pegassem neles com muito noginho e cuidado e optassem por se livrar dos bichos incenerando-os higienicamente na caldeira. Os alemães perceberam a marosca à primeira, e nenhuma caldeira chegou a rebentar mas, alemães como não conseguem deixar de o ser, dedicaram tanto tempo e recursos à busca de mais ratos armadilhados que os ingleses consideraram a Operação Rato um imenso sucesso.
Com tantos e tão diversos exemplos de animais recrutados para o caos do eterno desaguisado entre humanos de diferentes credos, nacionalidades ou tonalidades epidérmicas, não é de espantar que os iranianos, constantemente em palpos de galinha com a perspectiva de a Mossad tirar da sua cartola de truques e patifarias um coelho ainda mais discreto e mortífero, detiveram catorze esquilos, em 2007, sob a acusação de os pequenos e aparentemente inofensivos roedores serem, na verdade, espiões a mando de Israel. Sem adiantar detalhes, as autoridades iranianas limitaram-se a confirmar o zunzum, assegurando ter capturado os animais, artilhados com a mais recente electrónica de escuta, antes mesmo de estes iniciarem funções. (...)"
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