FRONTEIRA
De um lado terra, doutro lado terra;De um lado terra, doutro lado terra;De um lado gente, doutro lado gente;Lados e filhos desta mesma serra,O mesmo céu os olha e os consente.O mesmo beijo aqui, o mesmo beijo além;Uivos iguais de cão ou de alcateia,E a mesma lua lírica que vemCorar meadas de uma velha teia.Mas uma força que não tem razão,Que não tem olhos, que não tem sentido,Passa e reparte o coração
Do mais pequeno tojo adormecido.
Libertação
Miguel Torga
Gráfica de Coimbra (1978)
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