DIES IRAE
Apetece cantar, mas ninguém canta.Apetece chorar, mas ninguém chora.Um fantasma levantaA mão do medo sobre a nossa hora.Apetece gritar, mas ninguém gritaApetece fugir, mas ninguém foge.Um fantasma limitaTodo o futuro a este dia de hoje.Apetece morrer, mas ninguém morre.Apetece matar, mas ninguém mata.Um fantasma percorreOs motins onde a alma se arrebata.Oh! maldição do tempo em que vivemos,Sepultura de grades cinzeladasQue deixam ver a vida que não temosE as angústias paradas!
Cântico do Homem
Miguel Torga
Gráfica de Coimbra (1974)
1 comentário:
Olá Orlando,
Miguel Torga sempre encanta-me e encantou-me também teu blog.
Curioso vê-lo falar das Caldas e sentir-me tào próxima a tua fala.
Passei 3 meses nas Caldas ano passado e foram meses especiais apesar de muita solidão as vezes.
O cotidiano das Caldas fez parte da minha vida e está nas minhas lembranças.
Abraçs além mar
Carmen
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