sábado, 28 de agosto de 2010

Fogos e alertas

As chamas continuam a consumir as matas nacionais, não fazendo distinção entre parques naturais, paisagens protegidas, mato rasteiro, carvalhos, pinheiros ou eucaliptos.
Na mesma senda da repetição, os orgãos de comunicação social fazem eco das cores dos alertas da Protecção Civil, do número de homens envolvidos no combate, dos meios terrestres e aéreos, numa contabilidade absurda e massacrante que o Ministro completa determinando percentagens sobre o que ardeu a menos, rebuscando estatísticas até encontrar resultados positivos.
Entretanto, ainda ontem na A8, presenciei o comportamento de uma condutora que, no exacto momento em que a ultrapassava, deitou pela janela a beata do cigarro com que, por certo, se tinha acabado de deliciar.
Fica a pergunta: se a Protecção Civil utilizasse os orgãos de comunicação social para emitir comunicados didácticos, apelando ao civismo, à educação para o bem de todos, ao respeito pela natureza, responsabilizando os maus comportamentos, não obteríamos melhores resultados do que com o contínuo bombardeamento de números e cores de alertas?

1 comentário:

J.L. Reboleira Alexandre disse...

Totalmente de acordo, mas, e a familia...e a escola ? Penso que é aqui que tudo se passa, ou deveria passar meu caro. Já lá vão muitos anos, acabadinho de me instalar na minha nova casa, onde ainda hoje moro, noto que havia por lá nas traseiras do quintal uns matos. Como tinha partido daí apenas há 6 anos, a primeira e naturalísssima reacção foi, claro, queimá-los! Ainda o fumo mal se via, e já os bombeiros municipais entravam quintal dentro. Desta vez leva apenas um aviso, para a próxima a multa será pesada, foi a sentença. Na altura, 1982, ainda guardava muitos hábitos que trouxera do Chao da Parada. Afinal, quando há mato, queima-se não é? Em alguns paises (mais civilizados...?) não é, não!