domingo, 22 de janeiro de 2012

Palavras bonitas

Por cousas que nam têm cura
hei por mor desaventura
qualquer dia que me vem,
nem desejo nenhum bem
por nam ver quam pouco dura.
Ditoso de quem viver
livre, fora d'esperança,
digo eu sem no saber.
coitado de quem alcança
ganhá-la para a perder.
Pois tudo tam pouco dura,
seguro que nam segura
nam no quero de ninguém
nem desejo nenhum bem
com despreços de mestura. 
 
Rosa do Mundo
João de Meneses (1514 ?)
Assírio & Alvim (2001)

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