Encontrei-a, sem abrigo, completamente desorientada no cemitério, para onde voara sabe-se lá vinda de onde. Deixou-se apanhar sem qualquer dificuldade e permaneceu cá em casa vários anos. Até hoje ...
Cantava logo pela madrugada e sempre que eu me aproximava do seu poiso artificial. Ontem foi a última vez que lhe peguei, lhe fiz festinhas, com as quais ela, como sempre, se deliciou. Limpei a gaiola, coloquei comida e enchi o "copo" da água.
Não devo ter fechado bem a porta que, durante a noite, se abriu. Um predador, gatinho de estimação da vizinhança mas sempre guardador atento do que por aqui se passa, deitou-lhe a luva com garras e degustou-a completamente. De manhã, apenas sobravam algumas penas a comprovar o crime.
A rolinha já não cantou hoje de manhã nem sussurrou o "põe-te na rua".
Partiu e não deixou, nem terá, substituto.
1 comentário:
Ooooh! Também fico tão triste!
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