"(..) Ao terceiro dia os símbolos foram depostos em Elvas.
Durante a tarde de sábado as forças militares deitaram por terra o que ainda restava do regime recentemente derrubado. Muitas foram as pessoas que se juntaram na Praça D. Sancho II para assistir à retirada da placa da fachada da sede da PIDE/DGS. Houve ovações aos militares e vivas a um Portugal livre. Antes disso, no interior do edifício, inventariou-se o espólio existente.
No Largo de São Martinho, a tarefa repetiu-se. Também o edifício da Legião Portuguesa viu ser retirada da fachada a placa que a mencionava, como se nunca tivesse existido ou quisesse esquecer-se a sua existência.
Na noite anterior a Praça D. Sancho II tinha sido pequena para receber todos os que quiseram dar largas à sua satisfação, à esperança adiada de ver cair o regime, de poder sonhar um Portugal diferente. Os jovens eram os mais entusiastas, mas havia homens e mulheres de todas as idades e credos, militares e civis, sob a égide da antiga Sé, vigia perene. Traziam cartazes e faixas onde se podia ler agradecimentos às Forças Armadas e palavras de insulto ao fascismo.
- Em vez de ódio e dor, queremos paz e amor.
- Viva M.F.A.
- Viva Portugal.
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