quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Ideias

Na anedota, velha de barbas brancas, o madraço encontra o amigo e diz-lhe:

- Tenho um problema grave: de vez em quando dá-me uma vontade louca de trabalhar ...

- E que fazes, alma de Deus? 

- Sento-me, calminho ... e espero que passe!

Trabalhar fora do local onde se reside tem algumas, poucas, vantagens e uma delas é, sem sombra de dúvida, a viagem.

Sem outra companhia que não a voz do António Macedo nas manhãs da Antena 1 e a música do Baile de Máscaras e outros, da 2, à tarde, os neurónios tendem a rebuscar "estórias" e, mentalmente, vão-se desenvolvendo grandes prosas que um dia, com um pouco de sossego, hão-de passar primeiro ao papel e depois ao Blog.

Tudo pensado ao pormenor, para que, primeiro, eu me delicie com o produto final e depois, que desperte algum interesse aos (poucos) leitores do Blog.

Chegado a casa, pego na Visão, leio António Lobo Antunes e concluo:

- Senta-te, calminho, e espera que passe ...

4 comentários:

R9 disse...

Finalmente...há vestígios de um livro...cá aguardo (será o primeiro que leio com gosto!!!!)

Artur R. Gonçalves disse...

Os leitores serão «poucos», mas, com certeza, bons e atentos. Onde é que eu já ouvi essa de trabalhar fora do local de residência? Tranquiliza-te. Ao fim de algum tempo habituamo-nos e já não queremos outra coisa… A companhia do António Macedo deixo passar. A do Lobo Antunes é que me custa mais a engolir. Mas há gostos para tudo e depois trata-se da Visão.

Casa da Ginja disse...

Por muito que possa custar ao Artur, Lobo Antunes é, em minha opinião, o melhor dos escritores de língua portuguesa da actualidade.

Artur R. Gonçalves disse...

Lobo Antunes é, com certeza, um dos melhores escritores actuais de língua portuguesa, mas não me entusiasma. Li todos os seus romances, sem excepção, até metade das NAUS. Senti-me tão «almareado» (para falar bom algarvês), que nunca mais lhe toquei. Nem no livro nem no autor. Um dia destes, dispo-me de preconceitos, mergulho num título mais recente e surpreendo-me com a magia das palavras. Quem sabe...