domingo, 8 de dezembro de 2013

Nelson Mandela

"Luto contra a dominação, branca ou negra. Bato-me por uma sociedade livre e democrática e estou disposto a morrer por esse ideal."

" Não há poder na Terra que possa impedir um povo determinado de conquistar a liberdade."

"Não se trata do que se pode fazer pela África mas sim do que se pode fazer com ela."

"Este Nobel da Paz (1993) é um tributo aos que lutaram contra o apharteid. Aceito-o em nome deles!.

Já foi tudo dito sobre a morte de Nelson Mandela, ocorrida na passada quinta-feira, dia 5, após 95 anos de uma vida dura e cheia.
Nasceu a 18 de Julho de 1918, esteve preso pelo regime abominável do apartheid da África do Sul desde 1963 a 1990, depois de ter sido condenado a prisão perpétua.
O Expresso desta semana dedica-lhe um caderno especial e exclusivo, que vale a pena ler e conservar, e onde várias pessoas escrevem sobre a maneira de ser, de pensar e sobre a sua vida, dedicada, toda a ela a um ideal de igualdade, de humanidade e de paz.

"(…) Infelizmente, Mandela não deixa seguidores. Nem em África nem noutros pontos do mundo. E é por isso que só uma coisa não se lhe perdoa: o facto de, através do seu exemplo, nos demonstrar todos os dias quão pouco inspiradores são a esmagadora maioria dos líderes que actualmente governam o mundo e como a mediocridade vai campeando um pouco por todo o lado nas elites dirigentes. E como seria diferente o mundo e infinitamente melhor se houvesse um Mandela em cada um dos cinco continentes.(…)"
Nicolau Santos (jornalista do Expresso)

"…) Sem Mandela, e sem a sua bondade, o seu sacrifício e a sua insubmissão, a África do Sul teria sido um território de extermínio depois do apharteid, depois de ter sido o da crueldade durante o apharteid. Sem a sua grandeza moral, intelectual, política, metafísica, não haveria África do Sul, nem esta nem outra. Seria mais um Estado falhado, com uma guerra civil que se arrastaria até à exaustão dos guerreiros, muitos anos e muitos cadáveres mais tarde.(…)"
Clara Ferreira Alves (jornalista do Expresso)

"Conheci Nelson Mandela no dia 7 de Maio de 1973. Na famosa prisão de Robben Island estavam 368 presos políticos - 33 dos quais cumpriam pena de prisão perpétua, a começar pelo próprio Mandela. Foi uma visita de quatro dias, a primeira que fiz à Africa do Sul na qualidade de delegado-geral da CVI para África.
(…) dirigi-me à secção B, a das celas individuais, onde estavam Mandela e outros 27 líderes do ANC.  Eram todas idênticas, com uma área de 2,5x2,2 metros e uma janela para o exterior, de vidro e grades. Não tinham cama mas uma simples esteira de sisal e outra de feltro e, no inverno, cinco cobertores por prisioneiro. Todos se queixavam de que a esteira não os isolava suficientemente do chão de betão.(…)
Jacques Moreillon (Delegado da Cruz Vermelha Internacional para África)

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