quarta-feira, 19 de fevereiro de 2020

Racismo

O que se passou há dias no Estádio do Guimarães com o futebolista Marega, do FCP, deu lugar a muitas conversas, debates, opiniões, comunicados, manifestos, tomadas de posição, aberturas de telejornal, editoriais, etc.
Com miseráveis excepções, todos consideram que os insultos proferidos naquele campo, como noutros, são racismo puro, execrável e do qual todos nós temos, também, alguma culpa. 
Acontece que, por estranho que possa parecer, não é um acto isolado nem fora do comum, e apenas teve este alarido pela coragem de Moussa Marega. Não fosse a sua saída do campo e não se teria passado nada ... houve gente que estava no estádio e não ouviu nadinha!
Hoje, no carro, ouvi alguém (que não identifiquei), dizer que toda a gente que profere este tipo de insultos, sob a cobertura de multidões ou em expressões "banais" como "trabalhar é bom pró preto" ou "vai para a tua terra", devia ter, para além da responsabilidade criminal que o acto implica, a obrigação de pedir, e pagar, a pesquisa do seu ADN, para poder verificar de onde vieram e por onde andaram os seus antepassados.
Lembrei-me! Em tempos idos, a minha filha ofereceu-me o historial dos meus, as origens e os percursos de quem me antecedeu, obtidos a partir da análise e estudo do meu ADN.
Fui à procura e encontrei: data de Agosto de 2008 (como o tempo passa) e lá está registado, para que conste, um percurso que vai da África do Sul ao norte de Moçambique, passa pela Turquia e pela Ucrânia, pelo Egipto e pelo Paquistão, entre muitas outras rotas.
Qual será, afinal, a minha terra?


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