sexta-feira, 7 de março de 2025

Contas

Por muito que ache que não deve, a minha irmã faz anos, de novo, hoje. Continua a não querer saber quantos nem aceita que outros façam as contas e divulguem o resultado. A matemática, para este efeito, é uma ciência sem importância e à qual não dá qualquer relevância. 
A poesia, sim: permanece sempre actual, seja escrita hoje, ontem ou amanhã. E nunca, mas nunca mesmo, tem necessidade de mencionar os anos que tem.

Perguntas quanto tempo deves rezar?
a papoila na encosta
é vermelha sempre.
 
A poesia em 2013 - Resumo 
José Tolentino de Mendonça 
FNAC (2014)

Podemos desligar o silêncio
que a oficina corrompe
e seguir com a multidão
Ou volver a nós reencontrando
as páginas ardidas
dia a dia
e com o mesmo ritmo colher o sol
como se fosse um fruto
que um estuar só nosso sazonou
Nós os que em breve desistimos
nós que nos reconduzimos
pela nossa mão ao que de nós se espera.

O ritmo do presságio
Sebastião Alba
Edições 70 (1981)

1 comentário:

Anónimo disse...

Por tudo, pela Poesia que, hoje, me dedicas, pelos momentos de felicidade que sempre me têm sido proporcionados, o meu muito obrigada, Precioso Irmão. 💙
Para quê contas?... 🤣🤣