domingo, 22 de outubro de 2006

Palavras bonitas

O Ritmo do presságio

A tinta das canetas
reflui de antipatia
e impregnadas, assíduas
cambam as borrachas
Não há fita de máquina
que o uso não esmague
o vaivém não ameace
de dessorar os textos
Mas a grafia nada diz
de pausas na cabeça
Vozes inarticuladas
adensam, durante elas
uma áfona tempestade
E nubladas carregam-se
as suspensões
encadeando em nós
o ritmo do presságio.

Sebastião Alba
A noite dividida
1996

1 comentário:

Anónimo disse...

Bonitinho o poema:)
Beijoca*