domingo, 17 de outubro de 2010

Foz do Arelho

Sendo certo que olhos que gostam vêem diferente, a rotina de ir olhar a Foz é sempre quebrada por surpresas do mar, do tempo, da paisagem, resultantes de variadíssimos factores, quiçá, até, da disposição que se leva.
Hoje o nevoeiro apresentava-se de norte para sul, ou melhor, para quem conhece bem, do mar para a lagoa, ao contrário do que normalmente acontece, quando se tem um sol radioso na lagoa e o mar envolto naquele enorme “capacete” que nem o deixa ver.
O Sol já convidava ao passeio e havia no areal uma exposição de arte contemporânea a não perder. Uma série de instalações, em diversos materiais, onde predominavam as canas mas onde se podiam distinguir outros tão diferentes e banais como chinelos, sapatilhas, garrafas (de plástico e de vidro), bóias, troncos de árvores, embalagens de iogurte, latas de sumos, num conjunto de obras que, embora não tendo autor identificado nem título, se presumia serem da autoria conjunta do mar e da lagoa e se chamarem Desleixo.
Ainda bem que, certamente por causa da crise, não existirá capacidade financeira (ou de decisão?) na Junta de Freguesia nem na Câmara Municipal para mandar retirar aquilo.
Perder-se-ia a oportunidade de ver obras de grande qualidade estética e ficava-se, de novo, com possibilidades de passear descalço pela praia …




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