quinta-feira, 15 de junho de 2023

Viagens

Quase todos os dias me confronto com a frase, já por aqui citada várias vezes, do professor Dragomir Knapic, que me deu aulas nos idos de setenta do século passado: "Quanto mais sei, maior é a minha ignorância". E confirmo-a, sempre, cada vez mais desiludido ou, melhor, mais consciente.

As demissões, as comissões de inquérito, os comentários dos "tudólogos" e as opiniões, sempre claras e assertivas, do mais alto magistrado na Nação, alertam-me para a degradação da minha capacidade interpretativa e obrigam-me a constatar a diminuição, vertiginosa, dos neurónios que permitem o acesso ao entendimento.

As notícias de ontem informaram que a Top Atlântico, na sua qualidade de agência organizadora da viagem de Marcelo Rebelo de Sousa a Moçambique, assumiu o pedido de alteração da data do regresso do Presidente, sem que ninguém lho tivesse pedido e apenas com a preocupação, suprema, de facilitar a agenda do Presidente.

Parecendo-me desde logo estranho que a agência de viagens saiba os condicionalismos da agenda, fico apreensivo e a pensar que, se fosse comigo, correria o risco de não ter ninguém à minha espera no aeroporto, por o regresso acontecer antes da data programada, sem o meu conhecimento e consentimento.

Assim sendo, como confiar numa agência que se permite tentar alterar a data do regresso do Presidente da República sem lhe "passar cartão" ou "dar cavaco", transportando situação idêntica para um ser vulgar de Lineu que, ainda por cima, nunca passará de um "cliente da treta".

1 comentário:

Anónimo disse...

Como confiar num PR que “não pediu nada “à agência……?.??