A telenovela TAP versus computador surripiado, roubado, desviado, transviado, com gritaria, ameaças, diz que disse, seguranças e polícia à mistura, conhece uma curta pausa de fim-de-semana. Outros valores mais altos se alevantam e é fundamental concentrar energias no futebol, que está ao rubro e a dar audiências e vendas, antecipando-se que o Benfica será campeão se ganhar em Alvalade e o Porto perder com o Famalicão, o que garante a permanência de todos os olhos e ouvidos bem atentos.
Segunda-feira haverá novos episódios, com muitos Zandinga a fazer previsões e a afirmar certezas sobre quem prevaricou, se é roubo ou furto, ou se, afinal, é apenas uma brincadeira de garotos, que se poderia resolver com um par de estalos e nunca com dois socos, como parece ter sido ameaçado pelos dois principais actores.
Ambicionemos que o bom senso regresse ao local de onde nunca deveria ter saído e que, do acontecido, se tirem conclusões rápidas e se corrijam procedimentos. Talvez seja de ponderar a obrigação de frequência e aproveitamento na disciplina de "Serviço Público".
Entretanto e para que se habituem a trabalhar, talvez seja importante passarem os olhos pel'Os Lusíadas, não para lerem toda a obra mas fixando a atenção nas estrofes 95 e 97, do Canto IV.
Aprende-se sempre alguma coisa ...
95Ó glória de mandar, ó vã cobiçaDesta vaidade, a quem chamamos Fama!Ó fraudulento gosto, que se atiçaCua aura popular, que honra se chama!Que castigo tamanho e que justiçaFazes no peito vão que muito te ama!Que mortes, que perigos, que tormentas,Que crueldades neles experimentas!97A que novos desastres determinasDe levar estes Reinos e esta gente?Que perigos, que mortes lhes destinas,Debaixo dalgum nome preminente?Que promessas de reinos e de minasDe ouro, que lhe farás tão facilmente?Que famas lhes prometerás? Que histórias?Que triunfos? Que palmas? Que vitórias?Os LusíadasLuís de Camões
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