terça-feira, 17 de março de 2020

Pedro Barroso

Conheci-o em 1988, num espectáculo comemorativo dos 50 anos dos Pimpões, realizado no dia 12 de Março de 1988 (já lá vão mais de 30 anos, como é possível), que abrilhantou acompanhado dos seus músicos, numa noite inesquecível para todos os que dela usufruíram.
Voltou quatro anos depois, em 22 de Fevereiro de 1992, desta vez sozinho mas com a qualidade, o profissionalismo e a dedicação que guardarei enquanto a minha memória me não atraiçoar. Chegou bastante cedo, por volta das 15 horas e disse-me, baixinho: aquele meu amigo que esteve cá a tocar nos 50 anos, o do acordeão, morreu esta madrugada num acidente de automóvel, mas o espectáculo faz-se. 
No final, fui ter com ele ao camarim, chorava compulsivamente, abraçou-me, e, por entre lágrimas e soluços, disse: o espectáculo fez-se e ninguém notou nada.

Hoje partiu, após um sofrimento prolongado e num desfecho já aguardado há algum tempo.

Fico com as recordações, os discos, as músicas e a certeza de que, para além de um enorme poeta e músico, também conheci um grande homem.
Até sempre, António PEDRO Chora BARROSO.

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