HOSSANA !
Junquem de flores o chão do velho mundo:
Vem o futuro aí!
Desejado por todos os poetas
E profetas
Da vida,
Deixou a sua ermida
E meteu-se a caminho.
Ninguém o viu ainda, mas é belo.
É o futuro ...
Ponham pois rosmaninho
Em cada rua,
Em cada porta,
Em cada muro,
E tenham confiança nos milagres
Desse Messias que renova o tempo.
O passado passou.
O presente agoniza.
Cubram de flores a única verdade
Que se eterniza!
Casa situada na cidade das Caldas da Rainha, "nascida" em 1976, numa rua sossegada, estreita e, desde Abril de 2009, com sentido único. Produção: dois frutos de alta qualidade que já vão garantindo o futuro da espécie com quatro novos, deliciosos. O blog é, tem sido ou pretendido ser uma catarse, o diário de adolescente que nunca escrevi, um repositório de estórias, uma visão do quotidiano, uma gaveta da memória.
quinta-feira, 30 de novembro de 2006
Palavras bonitas
terça-feira, 28 de novembro de 2006
Fim do dia
quarta-feira, 22 de novembro de 2006
Nostalgia ?!
domingo, 19 de novembro de 2006
Jardim da ... Ginja


Palavras bonitas
A ARTE DOS VERSOS
Toda a ciência está aqui,na maneira como esta mulherdos arredores de Cantão,ou dos campos de Alpedrinha,rega quatro ou cinco leirasde couves: mão certeiracom a água,intimidade com a terra,empenho do coração.Assim se faz o poema.
terça-feira, 14 de novembro de 2006
Rosas
Uma rosa fica bem em qualquer situação! Aprendi isto, há cerca de quarenta anos, com um Mimoso, quase analfabeto, que falava com as plantas, carinhosamente tratadas, como se fossem gente.E devia ser entendido! As rosas Bacará daquele jardim ainda permanecem na minha memória e eram muito mais bonitas do que estas !!!
segunda-feira, 13 de novembro de 2006
O Maestro da Orquestra
sábado, 11 de novembro de 2006
A Orquestra (Conclusão)
- Bolas, nem já os amigos se respeitam!
- Desculpa, meu bom grilo, vinhas tão encolhido que parecias mais um feijão preto do que um elegante grilo. Vens preocupado!?
O grilo contou a sua desdita com a cigarra e logo ali recebeu o apoio do pardal, apesar das limitações deste em relação à música.
As dificuldades de comunicação existentes à época fizeram com que decorresse algum tempo até ser possível juntar todos. Aconteceu, numa linda manhã de sol, por debaixo de um jacarandá majestoso e florido, um debate rico e emotivo sobre as propostas do grilo falante. Com o cepticismo de uns e o optimismo de muitos, ali se delineou um programa de aprendizagem em conjunto, se esquematizaram os ensaios e se concluiu que talvez fosse possível, todos juntos, produzirem um som harmonioso, que tornasse a floresta ainda mais bela para os de lá e atractiva para quem os visitasse.
Sob a batuta de um grilo discreto e eficiente, o cartaxo toca trompete, o rouxinol clarinete, o pintassilgo violino, a fuinha dedilha o violoncelo sempre carregado pelo gaio, a perdiz toca um adufe e a galinhola um pandeiro, a narceja anuncia os espectáculos e o chapim aplica-se na percussão.
Para todos há lugar e função. O pardal, sempre atento, trabalha para que nada falte, das partituras às estantes, das cordas às palhetas, das cadeiras aos transportes.
A cigarra continua a cantar sozinha ... mas quase ninguém a ouve.
Nota - Qualquer semelhança entre esta pretensa fábula e a vida real é mera coincidência.
sexta-feira, 10 de novembro de 2006
A Orquestra (Parte 3)
- É isso mesmo! Vamos fazer uma orquestra!
Esquecendo a chuva, o grilo falante saltou do buraco e foi à procura da cigarra. Era tida como uma grande cantora, senhora duma linda voz, por certo aceitaria colaborar no projecto.
- Mas porquê, grilo falante, para que queres tu uma orquestra!?
- Para juntar o melhor de cada um e fazer um som melhor para todos, respondeu, de pronto, o nosso grilo.
- Não estou interessada! Quero fazer a minha carreira a solo! Além disso, dos outros ninguém canta como eu ... só desafinam e ... agora deixa-me fechar a porta que este frio pode fazer mal à minha garganta e impedir-me de cantar no Verão.
quinta-feira, 9 de novembro de 2006
A Orquestra (Parte 2)
A toutinegra e a felosa colocavam o seu canto em contraste com o grito lancinante do gaio, cujo azul das penas se confundia com o celeste, mas não era tão belo como o da sua prima pega, de quem invejava a beleza e a facilidade com que sempre conseguia os lugares mais difíceis e mais belos dos pinheiros mais altos.
O chapim, pequenino e sem grande músculo, procurava os pequenos arbustos, de quando em vez uma aventurazita numa figueira já de algum porte, em busca de um fruto mais maduro, mas o que ele adorava mesmo era baloiçar no canavial, ao sabor do vento, esforçando-se por cantar bonito, com a certeza de que poucos o ouviriam e, se calhar, nenhum lhe prestava atenção. Um dez réis de gente! Por vezes, quase caía à água, quando um pato real por ali passava, em velocidade supersónica, semelhante à dos aviões que ainda estavam por inventar, e sem respeito nenhum por quem ali estava em reflexão e a dar curso à sua veia artística. O cartaxo fazia-lhe companhia, de quando em vez. E era ouvi-los, à compita, a tentar extrair da garganta um som cada vez mais belo.
(Continua)
quarta-feira, 8 de novembro de 2006
A Orquestra (Parte 1)
Poder-se-ia afirmar, sem receio de desmentido, que os animais por essa altura ainda falavam, que os homens, se existiam, não davam nas vistas nem faziam asneiras e que o acontecido chegou aos nossos dias à custa do testemunho passado na estafeta da vida.
A floresta vivia um dia normal, igual a todos os que já tinham acabado e cumprido a sua função de dar lugar à noite, mais uma, silenciosa e melancólica, como são todas as noites da floresta.
Em cada árvore, os habitantes exibiam os seus dotes canoros, numa melopeia de sons variados. Numa delas, o rouxinol, desesperado, não entende a razão pela qual o melro, com o seu assobio estridente, lhe estraga sistematicamente a sinfonia, dispersando-o e obrigando-o a começar tudo de novo. Numa outra, um plátano secular em período outonal, dois pintassilgos vistosos, de gravata vermelha ao pescoço, alternam bicadas nas bolas castanhas com gorjeios tão estridentes que fazem corar o pardal que, coitadito, em matéria de musicalidade, é um completo desastre. Piava, sem ritmo nem originalidade, enquanto saltitava pela floresta, na esperança que a sua atenção apurada detectasse um grãozito de cereal apetitoso.
terça-feira, 7 de novembro de 2006
Duas formas de arte ... tão bonitas.
segunda-feira, 6 de novembro de 2006
O meu neto
sábado, 4 de novembro de 2006
Palavras bonitas
VOZ DE COMANDOAmanhece.Erguei-vos, corpo e alma, combatei!Juntos, como num rioÁguas da planície e da montanha,Aliados, correiÀ batalha do mundo, que se ganhaNo mundo.Mundo cruel e duro, mas que eu amo,Apaixonado pelos seus encantos.Visito-lhe os recantos,Sonho um abraço que o abarque todo.De vez em quando há lodoNos baixios,Mas olho os montes, limpos, preservadosNa sua altura,E renasce-me a esperança ao vê-los debruadosDe rebanhos e neve - a máxima brancura.