Pesa quase quarenta quilos, de acordo com as especificações técnicas que o acompanham, num panfleto em várias línguas, para servir toda a gente. A embalagem deve dar-lhe, pelo menos, mais cinco quilitos. O destino é um primeiro andar, alto, cujo acesso se faz subindo quatro lances de escada ou utilizando um dos elevadores.
A campainha toca.
- Venho entrêgá o forno!
O trinco eléctrico cumpre a sua função e abre a porta. O vídeo mostra um homem maduro - talvez quarentão - a colocar qualquer coisa que a impeça de fechar. Sai do ângulo de visão. Regressa daí a pouco, alcachinado, com uma caixa, enorme, às costas. Não ouço o elevador e desconfio. Será que vem pelas escadas, penso. E veio mesmo. Sem qualquer ajuda. Chega exausto.
- Me ajude só a equilibrar o forno. Vou-me abaixando, divagar. Lhe agradeço.
- Podia ter vindo no elevador.
- Pois ... mas era difícil tirar o forno das costas sozinho. E pensava ser um só lance ... custou pra caramba!
Forno colocado no sítio, a assinatura e a despedida, com pressa, que há muitas entregas e a tarde só agora começou. Simpático, como são (quase) todos os brasileiros, desejou saúde e agradeceu.
Se tivesse um ordenado proporcional ao esforço, ganharia uma fortuna ... Talvez seja um daqueles que ainda não conseguiu obter o papel da AIMA. Não perguntei. Não deu tempo para conversa de "chacha". Ainda assim, estava lá bem claro "um sorriso de orelha a orelha"!
1 comentário:
Sem imigração não havia entregas ao domicílio. Penso eu de que…..
Enviar um comentário