Concluo, muitas vezes, que estaria na hora de voltar às aulas de Português, se a saudosa Doutora Elvira pudesse voltar a ministrá-las e a reforçar-me, se necessário fosse, o gosto pela língua, do vocabulário à ficção, da leitura de prosa ou de poesia e, sobretudo, dos cuidados a ter com a escrita e com a fala.
- Se não há certezas, não escrevam nem digam. Vão procurar saber a forma correcta antes de dizerem ou escreverem asneiras.
Procurei seguir sempre o sábio conselho.
Hoje fui, uma vez mais, surpreendido com a minha ignorância. De acordo com a Sic Notícias, um autocarro sem condutor desgovernou-se e albarroou um táxi que se encontrava estacionado junto à Gare do Oriente. Do albarroamento não resultaram quaisquer (vá lá, não foram quaisqueres) vítimas, estando já em curso um rigoroso inquérito por parte da empresa proprietária do autocarro, para apuramento dos motivos e das responsabilidades do albarroamento. Durante os dois ou três minutos em que o jornalista esteve de microfone na mão, várias vezes abalroou a língua que devia dominar em pleno. Da segunda vez que interveio, repetiu a proeza.
Tudo isto trouxe-me à memória um velho treinador de futebol que, tal como a minha dilecta professora, já cá não está para confirmar.
- Ó menino, não inventes! Joga só o que sabes!
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