domingo, 16 de agosto de 2020

A vida

O eufemismo, neste caso concreto, corresponde à realidade. A Ivone faleceu hoje, de doença prolongada, após um sofrimento enorme, que se acentuou nos últimos três meses, nos quais conheceu dois hospitais, a sala de operações, os cuidados intensivos, uma dor que lhe deve ter reduzido ao zero o optimismo que irradiava, principalmente para ajudar a resolver o problema dos outros.

Éramos do mesmo ano, ela dois meses mais nova, frequentámos a mesma escola, fomos colegas de trabalho no mesmo local, durante vários anos, mas éramos, tão só, amigos.

Conhecíamo-nos bem. Uma simples troca de olhares dizia ao outro o que nos ia na alma e o que pensávamos sobre qualquer assunto. O trabalho deu-nos muitas horas de convívio, de pressão, de desespero, algumas alegrias, também dissabores, e, que me lembre, nunca tivemos qualquer desentendimento. Sempre leal, sempre querida, sempre disponível, sempre amiga, desejosa do melhor para mim e sempre a torcer para que isso acontecesse. 

Adeus, Ivone. Um beijo.

1 comentário:

Anónimo disse...

Esta noite, o Céu tem mais uma estrela.
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