Leio o Expresso desde o número 1, que saiu em Janeiro de 1973. Desde esse longínquo ano em que ingressei no serviço militar obrigatório, não devo ter falhado a sua compra meia dúzia de vezes. Semanas houve em que, por ausência, juntei dois ou três exemplares, para respeitar o compromisso junto de quem mo guardava religiosamente. Ainda hoje, ao sábado, o meu saco aguarda que eu apareça, já não no mesmo sítio, entretanto encerrado, mas com a mesma "religiosidade".
Muitos dos que hoje nele escrevem ainda não tinham nascido, o que não me dá nenhum direito especial nem sequer abona muito à minha sanidade.
Esta semana o Expresso trouxe a habitual entrevista de "final de praia" com o Primeiro-Ministro, António Costa, que li com toda a atenção e longe de imaginar que, afinal, aquilo que deveria ser analisado e comentado se esvaiu por entre as garras de uma pulhice.
Custou-me. Saber que alguém do "meu" jornal fez a canalhice de divulgar uma "conversa" na qual, em off, António Costa desabafa, apelidando de cobardes os médicos que se terão recusado a prestar assistência aos utentes do Lar de Reguengos de Monsaraz é baixo, muito baixo.
Numa época em que os predadores e pescadores de escândalos estão sempre disponíveis para inundar com "notícias diabólicas" pretensos jornais, televisões e redes sociais, não levou muito tempo a haver uma difusão generalizada da "actualidade" e do "crime".
O Expresso foi sempre, e assim tem de continuar, a imagem da credibilidade das notícias, da diversidade de opiniões, da liberdade, numa palavra.
Espero que o "meu" jornal averigue quem foi o bufo e lhe dê a oportunidade de ir "pregar para outra freguesia", onde o jornalismo sério esteja ausente.
1 comentário:
Tempos de reles "jornalistas".
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