quarta-feira, 26 de agosto de 2020

Tempo

Falar do tempo que faz, fez ou vai fazer, foi sempre o escape para mudar o rumo de uma conversa que enfastia ou a chave para abrir um diálogo que se afigura difícil de iniciar.

Todos temos opinião sobre o que vai acontecer, tenhamos ouvido o Boletim Meteorológico ou apenas olhado para o céu, azul, cinzento ou estrelado.

- Hoje está um dia lindo. Será que amanhã também estará assim?

- Hum! Há ali umas nuvenzitas ao fundo ...

- Mas não chove. Talvez se levante o vento e eu não gosto nada de frio.

- Não acho. Só se mudar. Está suão e daí só vem calor.

- Pois. Quando Deus queria, até do norte  chovia.

- Não se pode ter sol na eira e chuva no nabal.

- Ninguém controla a natureza e ainda bem. 

 - Muda tudo de repente. Não viste a semana passada. Estava tão bom e, de um momento para o outro, foi aquela água toda.

Está feita a conversa, fiada, delirante, educativa e substancialmente enriquecedora para os interlocutores. O obrigatório acontece, está cumprido o ritual, amanhã se verá, mas ninguém reivindicará  a sua sapiência de o ter antecipado.

E se chove? Não falharei se disser sempre que sim ... em algum lugar do mundo.

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