Falar do tempo que faz, fez ou vai fazer, foi sempre o escape para mudar o rumo de uma conversa que enfastia ou a chave para abrir um diálogo que se afigura difícil de iniciar.
Todos temos opinião sobre o que vai acontecer, tenhamos ouvido o Boletim Meteorológico ou apenas olhado para o céu, azul, cinzento ou estrelado.
- Hoje está um dia lindo. Será que amanhã também estará assim?
- Hum! Há ali umas nuvenzitas ao fundo ...
- Mas não chove. Talvez se levante o vento e eu não gosto nada de frio.
- Não acho. Só se mudar. Está suão e daí só vem calor.
- Pois. Quando Deus queria, até do norte chovia.
- Não se pode ter sol na eira e chuva no nabal.
- Ninguém controla a natureza e ainda bem.
- Muda tudo de repente. Não viste a semana passada. Estava tão bom e, de um momento para o outro, foi aquela água toda.
Está feita a conversa, fiada, delirante, educativa e substancialmente enriquecedora para os interlocutores. O obrigatório acontece, está cumprido o ritual, amanhã se verá, mas ninguém reivindicará a sua sapiência de o ter antecipado.
E se chove? Não falharei se disser sempre que sim ... em algum lugar do mundo.
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