sábado, 22 de agosto de 2020

SURPRESA (ou talvez não)

De acordo com as notícias de ontem, na praia, a PSP anda meio escondida pela cidade, não se mostrando ao cidadão que, eventualmente, transgride, e debitando as multas sem contemplação, enviando-as pelo correio.

Se já eram conhecidos relatos de multas por estacionamento indevido, passadas pelo agente que passa de mota e anota, na memória, a matrícula do veículo transgressor, surge agora a nova de que a não paragem num cruzamento com visibilidade e pouco movimento mas dotado de um sinal STOP, deu uma cartinha com um "prémio" de 120,00 € e o registo de pontos na carta de condução. Do polícia fiscalizador e observador da infracção nem rasto.

A PSP é necessária e fundamental para assegurar o cumprimento das regras mas, como em tudo, a sua actuação deve primar pelo bom senso, regra que, não estando na lei, é imperiosa nas relações em sociedade.

Atirar a pedra e esconder a mão é feio. Mandar a pedra pelo correio sem qualquer conversa com o prevaricador é perder a dignidade numa função tão nobre quanto necessária.

Ou será que o esforço formativo é agora canalizado para a escrita nas redes sociais e se perdeu a capacidade de dialogar de viva voz?

As entidades fiscalizadoras da actuação dos cidadãos têm por dever supremo fazer cumprir a lei, de forma tempestiva e coerente, usando o diálogo como profilaxia de infracções futuras. Não me passa pela cabeça que, um dia destes, alguém que não goste de mim ou seja um pressuroso defensor da lei, possa ir dizer ao polícia conhecido que estive mal estacionado ou não parei no STOP e que, em consequência, me apareça na caixa do correio a multa respectiva. 


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