Werner era um cidadão suíço, casado com uma portuguesa, que vivia em Basel. Vendia máquinas de café LaCimbali, italianas, consideradas geralmente como as melhores do mundo. Não é por acaso que, enquanto em todo o país se bebe um café ou uma bica, no Porto se pede um cimbalino.
Privei com o Werner, que já conhecia daqui, numa visita à sua terra, na década de oitenta do século passado. O seu automóvel estava parado à porta de casa e foi a primeira coisa em que reparei. Deixou-me de boca aberta. Era uma bomba!
Na conversa que se seguiu e com a lata que me permitiam os trinta anos da altura, questionei-o como conseguia ter um carro daqueles a vender máquinas de café.
- O carro não é meu.
- ???
- Vamos dar uma volta pela cidade, vais tu a conduzir, para experimentares, e eu já te explico.
Nunca tinha posto as mãos num bólide daqueles. Último modelo da Toyota, não existia em Portugal, cómodo, direcção assistida, ar condicionado independente, bancos em pele, um luxo.
- É do banco. Eu só pago a renda mensal e eles suportam tudo, menos a gasolina, claro.
- ???
- Renting.
Bancário da treta, não fazia ideia, nessa altura, do que era o renting. Ouvi atentamente a aula e guardei a informação na gaveta da memória.
Chegou a Portugal vários anos depois e hoje está generalizado, principalmente nas empresas. Não foi novidade!
1 comentário:
Sempre à frente do seu tempo!
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