A tendência para ser do "contra" vem de há muitos, muitos anos, até talvez se possa dizer, sem exagero, desde o começo de ser gente.
A primeira reacção perante um dado novo é sempre de dúvida, em busca de alguma coisa que esteja menos clara ou tenha sido esquecida. Talvez a idade e a experiência, em vez de atenuarem esta característica, a tenham vindo a acentuar ainda mais. Parece que os olhos e os ouvidos estão cada vez mais atentos ao que está mal e não valorizam, como é devido, o que é feito de forma correcta.
Aprendi, bem cedo, que quem se dirige a algum sítio para ser atendido, deve ser cumprimentado tão breve quanto possível, nem que seja com uma simples troca de olhares. Também me ensinaram que a delicadeza deve estar sempre presente e que, até prova em contrário, o cliente tem sempre razão.
Cada vez mais me complica com o sistema nervoso chegar a um sítio e encontrar as pessoas do balcão em amena cavaqueira, talvez importante, mas que nada tem a ver com o "cliente" acabadinho de chegar para ser atendido. A água ferve quando, passados uns largos momentos (uma eternidade para quem espera), um dos "conversadores" se lembra do que está ali a fazer e, delicado, delicia-nos:
- Você quer alguma coisa?
Apetece sair pela porta fora e dizer que só ali fui espreitar a sua cara. Conto até dez.
- Boa tarde, desculpe. Precisava que este documento fosse anulado, porque tem validade de 30 dias e não é possível utilizá-lo nesse prazo.
- Não sei se vai ser possível ... mas deixe ficar.
"Vitória, vitória, acabou-se a história!"
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