terça-feira, 14 de abril de 2020

Quotidiano

Quando, de manhã, tudo indicava que iria ser mais um dia sensaborão, sem nada para registar ou apelar aos sentidos, eis que, afinal, Abril uma vez mais surpreende.
Ainda não são seis da tarde e o Sol já aqueceu, o vento já soprou, a chuva já molhou (e bem), já relampejou, muito, e trovejou, ainda mais.
Se mais não houvera, já seria suficiente para que o dia não fosse mais um normal da ... quarentena.
Houve mais: o melhor foi ver duas fotografias, lindas, do meu neto mais novo, atentíssimo no regresso às aulas.
Depois disto, tudo o resto é pouco importante mas, ainda assim, li a indignação de Rui Moreira, presidente da Câmara Municipal do Porto, contra uma pseudo-análise da TVI sobre o número de infectados no Norte do país,  que tem, na douta opinião do autor, a "população menos educada, mais pobre, envelhecida e concentrada em lares"; o director da estação já veio pedir desculpas pela "enormidade" mas, tenho para mim que o autor deve ser um daqueles iluminados que acham que, após Vila Franca, tudo é provinciano e vive atrás da moita.
Como tinha tempo livre, ainda fui à Culturgest espreitar uma exposição, assisti a um concerto de Chico Buarque, li uma quantas páginas do Adeus às armas, de Ernest Hemingway, e recebi, pelo correio, um livro enviado pelo meu amigo ADS - Uma aventura inquietante, de José Rodrigues Miguéis - numa edição de 1963, que conto ler assim que terminar o referido antes.
E, para que o dia ficasse completo e não fugisse à rotina, tomei o pequeno almoço, conferi a conta do banco, lavei as mãos muitas vezes, vi notícias na TV, li jornais online, almocei, não dormi a sesta, lanchei, resolvi palavras cruzadas e Sudoku do Público e ainda conto jantar.
Bolas!!! Esta vida é muito cansativa e desgastante!

1 comentário:

Anónimo disse...

Que o dia de amanhã volte a trazer boas surpresas.