domingo, 28 de fevereiro de 2021

Sismo 1969

Não sou muito dado a efemérides. Os jornais e as televisões encarregam-se de nos trazer à lembrança coisas que, aos olhos de muitos, aconteceram há imenso tempo e das quais já poucos se lembrarão. A mim, parece que foi ontem ...

Ainda não tinha feito 17 anos e estava a dormir em casa, com apenas a minha mãe por companhia. O meu pai teria saído há pouco para o trabalho - começava bem cedo, quando a noite ainda estava no auge - e a minha irmã estava pela capital do distrito, a estudar. Só regressava ao fim-de-semana e aquela noite de 28 de Fevereiro de 1969 marcava o início de uma sexta-feira. Já não recordo bem a hora em que o sismo se deu, mas deverá ter sido por volta das quatro da manhã. O sono era profundo e a minha mãe abanou-me bastante para me acordar. Ainda ouvi os copos a tilintarem no armário da louça e vi a aflição dela, a gritar para sairmos, que a casa podia cair.

Viemos até à porta. Havia vizinhos aflitos, com medo, mas nenhuma casa tinha caído e não havia outros estragos. O susto foi grande. Dele restou um efeito: ainda hoje acordo sem dificuldade nenhuma e sem rabujice.

2 comentários:

ADS disse...

Foi tremendo o abanão. E num prédio alto mais se sentia. Uma irritante dor de dentes mantinha-me acordado. Felizmente, passados todos anos, aqui estamos a recordar esse grande susto.

Anónimo disse...

Recordo o susto. Fui uma entre a multidão que, em trajes de dormir, encheu o centro da cidade.