terça-feira, 13 de abril de 2021

Cara de pau

Cara fechada, sem quaisquer manifestações, um bom dia (mal) sussurrado, quase imperceptível. Tem aquele aspecto dos que se costumam definir como gente "a quem todos devem e ninguém paga". 

Não há sorrisos, nem sequer um simples esgar. Concentração máxima, sobrolho franzido, faz o seu trabalho sem uma fala, contraído, como se estivesse a aguardar o cadafalso ou a sentença de morte.

- Precisa de alguma coisa?

- Não.

E lá vai prosseguindo a tarefa, sem esforço físico mas com um peso na "pinha", que deve ser enorme. Nem os músculos da face mexem e até a "maçã do Adão" permanece imóvel.

Terminou. Baixinho, quase em murmúrio, duas palavras seguidas:

- Boa tarde.

- Uma boa tarde também para si e obrigado.

O objectivo é "fazer aquilo que se gosta e gostar daquilo que se faz", mas há pessoas que não conseguem. É a vida!

1 comentário:

Anónimo disse...

Uns míseros quinhentos paus de gorjeta no final da tarefa teriam feito sorrir qualquer cara de pau!...