terça-feira, 27 de abril de 2021

Fábula de trazer por casa

Era uma vez uma colmeia que existia há muitos anos nos campos da região. Destacava-se pela qualidade da sua edificação, pelos propósitos com que havia sido construída e pela qualidade do mel que produzia. A sua história era de todos conhecida e tinha tido a participação de muitas obreiras, lideradas por rainhas que iam mudando com o decorrer dos tempos. Todos juntos procuravam criar as melhores condições para quem frequentava a colmeia e tentavam produzir um mel da melhor qualidade.

Durante muitos anos assim foi acontecendo mas "não há mal que sempre dure nem bem que nunca acabe".

A construção, modelar em tempos idos, foi-se degradando; descuidou-se a manutenção, a produção baixou de qualidade. E quando tudo apontava e exigia a necessidade imperiosa de unir esforços, a rainha deixou de olhar para a colmeia como um património colectivo e começou a procurar os seus interesses específicos, tomando decisões autocráticas e contraditórias, fomentando que os interesses das partes se sobrepusessem aos do todo, criando uma situação insustentável na vida das obreiras e dos destinatários do mel.

As condições climatéricas do reino não têm permitido a realização do plenário de todos os interessados, aos quais cabe a decisão sobre o futuro da colmeia e a forma de o atingir.

Anseia-se que a decisão aponte para que o bom senso prevaleça e que a qualidade da colmeia possa melhorar, continuando a servir o bem de todos e não os interesses de alguns.

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