sexta-feira, 24 de março de 2023

"Férias"

Tudo calmo, sem gritos nem ralhos. Ouvem-se os sons dos ecrãs controladores, onde são mostrados permanentemente vários indicadores, da tensão arterial ao ritmo cardíaco, passando por mais três ou quatro, de entendimento apenas acessível a quem sabe do ofício.

A diferença para o dia de ontem é enorme. Dos oito "convivas", três estavam baralhados, descompensados, sem saber onde estavam nem o que queriam, desconhecendo o dia da semana, o mês e também o ano. Tudo limpo, como se tivesse sido feito o reset. Gritavam, ralhavam, barafustavam, asneiravam, com todo o vernáculo conhecido há muito ... e a culpa era de quem os tentava ajudar.

A ciência e a persistência controlaram dois. O terceiro perdeu o controlo completo e partiu para a viagem que, de acordo com a versão de uma profissional sempre bem disposta e a quem as agruras pareciam não afectar, se acede com a Via Verde to the sky.

Em todas as experiências há dois lados, como acontece nas moedas: a cara, feliz, de quem começa a perceber que o dia vai ficar mais azul e terminará, ali, antes de o sol se pôr; a coroa, para os que tiveram acesso obrigatório à tal Via Verde, que garante transporte gratuito, sem identificador ou bilhete. Há uma terceira via, instável, que acolhe os que (ainda) estão na corda bamba e sem certezas para a direcção da queda. 

Ainda bem que correram comigo e regressei ao cantinho da Costa Mota, antes que as atenções que tive me alimentassem o sonho de por lá ficar.

2 comentários:

Anónimo disse...

Temos HOMEM! É o que se quer! Para quem aprendeu a caminhar por entre calços, que se lixe a via verde.

Anónimo disse...

A Via Verde é só para os Sportinguistas.
Os SLB's vão curtir para casa.