Exibida em Portugal em 1977, a telenovela Gabriela, com Sónia Braga a interpretar a protagonista criada pela imaginação, grande, de Jorge Amado, foi um sucesso estonteante e a novidade fez parar o país várias vezes.
A telenovela da TAP não tem qualquer semelhança (menos ainda física) com a ficção exibida há 46 anos, embora crie a sensação de estarmos, de novo, a assistir a (mais) uma história ficcionada, ainda que de pouca qualidade e com vários autores.
No início, como é normal em qualquer ficção, nada se percebia do enredo e ninguém tinha conhecimento do que se teria passado naquelas salas escuras e esconsas que deverão ser os gabinetes da TAP. Nos episódios seguintes, foram aparecendo alguns protagonistas novos, que trouxeram mais suspense e aumentaram o picante.
A obra continua a desenrolar-se e, a cada episódio, surgem novas cenas que prendem o espectador e o deixam boquiaberto. Nesta altura, a protagonista foi despedida das suas funções em directo, embora continue a tratar das tarefas inerentes, subindo ao telhado da casa, reunindo com os adjuntos do Prefeito, garantindo sempre que é apenas Gabriela e que tudo aconteceu por obra e graça de outros, talvez do sô Nacib, que é danado para a brincadeira.
Tudo parece encaminhar-se para que, no último episódio, Gabriela abandone o palco, não sem antes pôr a boca no trombone e a mão na choruda maquia que lhe cabe pela excelente interpretação.
Nunca mais andará descalça e deixará por aí muita gente sem sapatos e sem vergonha!
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