quarta-feira, 30 de setembro de 2020

Livros

"ALA" que se faz tarde!

António Lobo Antunes tem mais um livro a chegar. Chama-se "Dicionário da linguagem das flores" e sairá no próximo dia 13 de Outubro. É mais um título de um autor de quem gosto muito e que escreve como ninguém.

Já encomendei e estou ansioso por perceber a linguagem das flores, ao jeito de Lobo Antunes. Em tempos idos, conheci um jardineiro que com elas falava e muito bem se entendia, a julgar pela beleza que o jardim onde trabalhava sempre evidenciava.

Comecei, como toda a gente do meu tempo, a comprar livros nas livrarias. Fui um "grande" cliente da Loja 107, enquanto existiu cá na cidade. A Isabel Castanheira era uma livreira de eleição, que sabia (e sabe) muito de livros e também da sua actividade. Encerrou as portas a tempo de evitar a decadência do negócio, pressionada pela "venda a metro" na concorrência das grandes superfícies. A Isabel foi para casa e nunca mais houve livrarias dignas desse nome nas Caldas. 

Não há nada que se compare a uma compra na livraria e não é necessário que seja a Lello, no Porto, ou a Bertrand do Chiado. O ritual de pegar no livro, ler a badana, a primeira página, a última, abrir uma à sorte, espreitar, ler duas ou três linhas, não tem explicação. E, depois de decidida a compra, percorrer as prateleiras, olhar de baixo para cima para ler a lombada, ver as novidades, o antigo, o que já se tem e o que se gostava de ter, tirar um ou outro, recolocá-lo no lugar ... e o tempo passa sem se dar por isso. Só percebe isto quem gosta de livros. Em papel, claro. 

Agora, na maior parte das vezes, faz-se a encomenda na Wook e aguarda-se que o carteiro toque uma ou duas vezes (como o outro) e nos entregue o embrulho, fazendo o comentário "são livros!?". Também tem ritual, mas não é a mesma coisa abrir a caixa e verificar se está tudo, a entrar numa casa cheia daquilo que se gosta.

Os tempos são outros, mas ler é cada vez mais importante!

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