sábado, 16 de janeiro de 2021

Incompatibilidades

Habitualmente, as compras online correm bem. As pessoas dos CTT e das transportadoras são simpáticas, a maioria já por aqui passou várias vezes e conhece bem a rua e a casa. Desta vez não foi assim e as obras que decorrem aqui à volta, deixando-nos quase prisioneiros e obrigados a circular em sentido contrário, com a sinalização tapada (quando está) com um plástico preto, foram as grandes culpadas. Elas e alguma falta de senso ou de prática, não sei bem.

Na quinta-feira surgiu a primeira mensagem, dando conta que, entre as 15H15 e as 15H45 estariam a concretizar a entrega. Até aqui, tudo normal e costumeiro. A anormalidade começa a desenhar-se depois de passar a hora prevista e nada. Já quase no final do dia, uma nova mensagem transmitia que não tinha sido possível efectuar a entrega. Um telefonema e, depois de várias digitações, a última das quais o número da encomenda com quase vinte dígitos, surge uma voz simpática informando que, devido às obras circundantes, o nosso carro não conseguiu chegar à morada indicada.

- E porque não ligaram? Eu teria ido ao sítio onde o homem se encontrava e recolhia a encomenda.

- Habitualmente não telefonamos, mas vou anotar e amanhã, se o nosso funcionário não conseguir chegar até si, telefona-lhe.

No dia seguinte, sexta-feira, a cena repetiu-se: mensagem a informar que, entre as 17H45 e as 18H30 estariam à minha porta. De novo, carrinha nem vê-la. Novo telefonema e, depois das "mil e uma" digitações, a mesma conversa.

- Mas a sua colega, ontem, disse-me que me telefonariam se não conseguissem cá chegar.

- Não tenho aqui nada. Talvez se tenha esquecido ...Vou tomar nota, mas agora só na segunda.

O diálogo tornou-se mais ríspido. Tudo indicava que, uma vez mais, era para "calar o freguês" e depois logo se veria. Desliguei, não sem antes transmitir à D. Manuela o meu desagrado e a certeza de que, se a encomenda não fosse entregue na próxima segunda-feira, apresentaria reclamação na empresa de transporte e na vendedora.

Hoje, logo pela manhã e quando regressava de uma voltinha ao quarteirão, surge uma carrinha branca que pára em frente ao portão e se dirige à campainha. Adivinhei logo ...

- Desculpe o que aconteceu. O rapazinho não conhece a volta e não foi capaz de chegar aqui. Tive de cá vir eu.

- Mas, agora, eu só o esperava na segunda-feira. Nem mensagem mandou ...

- Pois ... mas assim fica já feito e o senhor descansado.

É o resultado destas malfadadas obras que, tal como o "bicho", não há meio de nos largarem. Ainda bem que o carro não sai da garagem ...

Sem comentários: