sexta-feira, 16 de julho de 2021

Dúvida

Uma mosca sem valor
pousa, com a mesma alegria,
na careca de um doutor
como em qualquer porcaria.

António Aleixo

O coronavírus parece a mosca do Aleixo. Pousa em todo o lado, não escolhe casa ou barraca, palácio ou gaiola, e, por mais "insecticida" que se lhe deite, não abandona o campo nem acaba o jogo. 

Com calor ou frio, o céu carregado de nuvens ou azulinho celeste, a chuva caindo ou o vento soprando, por cá se vai mantendo sem ter sido convidado, sem bilhete ou passaporte, molestando diariamente milhares de pessoas, levando algumas (felizmente bem menos do que no auge) e mantendo toda a gente em alerta forçado, preocupada, receosa de fazer isto ou aquilo, de ir ali ou além, de andar ou ficar parado.

E nem a praia traz a tranquilidade que é necessária e merecida e à qual o dia, lindo, convidaria. O distanciamento social, as conversas ao largo, as toalhas afastadas, os jogos ausentes, grupinhos de dois ou três miúdos, não mais, barracas para alugar, pouca gente no banho, e não é só por a água estar fria. Mas, antes de tudo isso:

- A máscara?

- Ficou no carro!

Volto atrás e digo para os meus botões: até na praia, bolas! Quando é qu'isto acaba?

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