PRELÚDIO DE NATALTudo principiavapela cúmplice neblinaque vinha perfumadade lenha e tangerinasSó depois se rasgavaa primeira cortinaE dispersa e douradano palco das vitrinasa festa começavaentre odor a resinae gosto a noz-moscadae vozes femininasA cidade ficavasob a luz vespertinapelas montras cercadade paisagens alpinasE a multidão passavaE a chuva era tão finaque parecia filtradade taças clandestinasFinalmente chegavatriunfal em surdinaa noite convocadaem todas as esquinasMas não se derramavacomo tinta-da-chinaNa cidade acordadajá se ouviam matinasObra Poética (1948-1988)David Mourão-FerreiraEditorial Presença (1997)
Casa situada na cidade das Caldas da Rainha, "nascida" em 1976, numa rua sossegada, estreita e, desde Abril de 2009, com sentido único. Produção: dois frutos de alta qualidade que já vão garantindo o futuro da espécie com quatro novos, deliciosos. O blog é, tem sido ou pretendido ser uma catarse, o diário de adolescente que nunca escrevi, um repositório de estórias, uma visão do quotidiano, uma gaveta da memória.
domingo, 18 de dezembro de 2022
Poesia de Natal
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