quarta-feira, 14 de dezembro de 2022

Relatório

Se alguém tivesse de elaborar um relatório sobre a tarefa de deglutir hoje levada a cabo, escreveria, de certeza, que a estona foi efectuada quase, quase, até ao fim, e que os restos mortais do cabrito tenderam para zero quando se pretendeu concluir o inventário.

Havia a tentação de pedir para que as sobras realizassem uma viagem até à capital, mas foi sol de pouca dura. Coitados dos restinhos, pequenos e com mais osso que chicha, não aguentariam a turbulenta viagem e, talvez até acabassem por enjoar no caminho ou serem imersos na chuva que fez companhia aos visitantes, na viagem que empreenderam à província. 

Fazendo jus à sua hospitalidade, o S. Pedro oestino absteve-se de mandar chuva no durante, presenteando os ilustres apenas na viagem até cá e na de regresso. Ainda que S. Pedro não seja vingativo, não deixa de ser curioso que tenha permitido aos visitantes andar sem umbrela na visita, encontrando mais alguns motivos para invejarem a sorte de quem, não usufruindo da imensidão da oferta que a capital disponibiliza, vai por aqui convivendo com um tempo bem mais suave do que aquele que o lisboeta tem apanhado nos últimos dias.

E foi um bocado bem passado, com boas conversas pelo meio e algumas "entrelinhas" tão saborosas do nosso vocabulário, para recordar tempos idos, refrescar a memória e confirmar que a velha pode ir a estender cordões e a encolher cordões pela serra acima e que a obra-prima do mestre não chega nem aos calcanhares da prima do mestre de obras.

1 comentário:

Anónimo disse...

Mal seria se os capitalistas (da capital) não fossem bem recebidos e melhor tratados.