terça-feira, 28 de fevereiro de 2023

Vivências

Apesar de o céu estar azul e não haver sinais de chuva, o frio amargura a sociedade, obriga a abafos e cuidados e parece agoirar o futuro, embora este tenha dono vitalício.

Os mortos da Turquia já são só nota de rodapé e a destruição causada pelo sismo há-de voltar à ribalta quando a economia for chamada à reconstrução e os interesses de alguns falarem mais alto do que as necessidades dos que ficaram sem nada.

A guerra na Ucrânia parece encaminhar-se para um túnel sem luz e sem fundo, com as partes envolvidas a tentarem justificar o que o (bom) senso sabe que não tem nexo nem razão, quanto mais justificação. A sobrevivência é o objectivo dos que conseguiram fugir e daqueles infelizes que por lá se arrastam, na esperança de que a descida às caves não seja, ainda, o caminho dos infernos para pagar os pecados de outrem.

Por cá, as greves nos comboios e a luta dos professores, mais a gafe do ministro Cravinho a convidar Lula para uma casa que não lhe pertence e os comentários, sempre oportunos (?) de Marcelo, determinam a ordem do dia e as aberturas noticiosas. A cada situação se confirma quão difícil é descrever o que quer que seja, valendo mais apontar o microfone ao primeiro disponível e pedir-lhe para clarificar o que acha ele sobre o tema. 

O preço do altar-palco ou do palco-altar já se evaporou, como irão desaparecer, milagrosamente, os abusos clericais.

Isto é o que acho, sim, porque também sou "achista" empedernido e já não tenho cura. Tenho, sim, algumas dúvidas sobre se este texto não incluirá algumas das palavras agora interditas. Já está, já está e não é por isto que o futuro vai ser negro, ou preto, ou afrodescendente ou de uma qualquer outra cor que seja bem dita e bendita.

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