Telegrama
estou bem e continuo
resisto
de noite custa mas de manhã
quando me visto
meto-te ao bolso
esperança
e assisto
a mais um dia
o calendário anda
para trás o sol é longe
o silêncio corrói
os fios da vontade
mas no meu bolso estás
e lá te afago
tranquila como um lago
que enche de seiva
as veias do meu corpo
Manuel Alberto Valente
Poesia reunida
Quetzal (2015)
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