sábado, 30 de maio de 2020

Quotidiano Corona

Muitas vezes me vêm à cabeça os versos de Sophia, gravados pelo então Padre Fanhais, num LP editado em 1970 e que está algures por aí, juntamente com outras preciosidades desse tempo - "Vemos, ouvimos e lemos, não podemos ignorar (...) e hoje foi um dia desses.
Foi determinado o encerramento dos dois cafés existentes no Bairro da Jamaica, no Seixal, para tentar diminuir os riscos de contaminação resultantes dos ajuntamentos e da falta do distanciamento social.
Pelo que se vê nas televisões, um dos cafés não cumpriu e foi enviado um forte contingente policial para garantir que a ordem das autoridades de saúde era acatada.
Até aqui tudo normal mas (há sempre um mas) a ironia está no apelidar de "café" àquele tugúrio miserável que surgiu nas imagens o qual, tudo o indica, existirá assim há quarenta anos ou perto disso. Por certo que muitas pessoas estarão a corar de vergonha por ainda se manter uma situação daquelas, bem perto de grandes urbanizações e de uma zona ribeirinha do Tejo bem arranjada e muito bonita. Alguns dos primeiros a habitarem por ali já cá não estarão para contar as promessas, e partiram antes de o Covid chegar.
Pergunta indiscreta e estúpida: os cafés têm licença?



1 comentário:

Anónimo disse...

Aposto que têm. Ouvi anunciar oito espaços fechados.