quinta-feira, 12 de novembro de 2020

Coisas de velhos

Como soe dizer-se, fui dar umas braçadas à piscina municipal, para exercitar o físico e manter alguma destreza muscular. Claro que também dei algumas pernadas ...

Conversa fiada. As adiposidades mantêm-se e a idade do condor acentua-se: hoje foi com dor no joelho a que faltam peças, na cervical que está cansada de segurar a coluna bem direita e, se calhar, em mais alguns locais dos quais nem dei nota. Tarefa concluída, sempre com os cuidados devidos.

A ida ao café foi rápida, como convém para não dar hipóteses ao bicho. Parece que, mesmo não lhe dando confiança nem lhe passando cartão, ele teima em querer entrar e nem precisa de convite. O resto das notícias vistas e ouvidas do sofá, local onde acontecem eclipses que nunca são noticiados.

Depois, a relva. Que mania, sempre a crescer e a gritar "corta-me". E tem atenção, porque não te deixo cortar-me se estiver a chover, acrescenta, soberba, determinando e exigindo sem qualquer pudor ou tolerância. Até parece patroa!

Está o dia ganho! Agora é fechar os estores, acender as luzes (apenas as necessárias, que a energia tem de ser poupada), pôr a mesa, comer a sopinha, uma peça de fruta, um café de cápsula, ir para a sala, sentar, ouvir, ler e dizer meia dúzia de palermices. Passado algum tempo, surgirá a sacramental pergunta:

- E se nos fôssemos deitar?!

Coisas de velhos! 

1 comentário:

Anónimo disse...

... E as pantufas? Convém tê-las calçado.