Estão os três "confinados" à mesa da esplanada. Fazem-lhe companhia dois cães, pequenos, a quem admoestam com frequência. Em cima da mesa estão, invariavelmente, três garrafas de cerveja, que vão sendo despejadas sem dificuldade e sem necessidade de copos. A manhã vai a meio. Conversam alto, embora o que dizem seja imperceptível para quem passa. Da voz, entaramelada pelo álcool e por outras substâncias, apenas se percebe, mal, os inúmeros "bué" e "tipo", que estão sempre a servir de muleta.
Ela é a leader. Determina, manda, enerva-se. Dos três é a mais velha. Terá talvez 50 anos, julgo. Nasceu num bom berço mas perdeu-se, ou achou-se, quem sou eu para julgar. Por vezes, o trio ausenta-se durante uns tempos. Talvez o (pouco) dinheiro que devem ter desapareça. E o café vende cervejas, não as dá.
Raramente se vêem a comer. Alimentam-se da cerveja e do resto ...
1 comentário:
Triste relato da vida.
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