No dia de hoje mas do ano em que nasci (1952), foi publicado pela primeira vez "O Velho e o Mar", de Ernest Hemingway. Associei esta efeméride que, como será óbvio, li nas notícias porque dela não fazia a menor ideia, ao que soube hoje na Foz e não veio nas notícias.
Logo pela manhã, teimoso, fui ver como estava o mar, apesar de os serviços da meteorologia avisarem que talvez chovesse e não ter qualquer esperança de encontrar água em condições de tomar um bom banho. À chegada, ao avistar o Gronho, a boca abriu de espanto: não havia sinais de dragados e o mar, embora ainda não regressado ao normal, parecia bastante melhor do que nos dois dias anteriores.
Conclusão lógica e imediata: os protestos chegaram aos ouvidos de quem manda e os trabalhos foram suspensos. Uma ida até às rochas confirmou que a água límpida estava a regressar e que uma nova maré cheia talvez fizesse o milagre.
A caminhada até à aberta e dois dedos de conversa com o pescador habitual, que conhece o mar como poucos e antecipa sempre as atitudes e as vontades dele, permitiu perceber que a conclusão tinha sido precipitada e pôs tudo em pratos limpos.
- Ontem, por volta da uma da tarde, aquilo "trambolhou" tudo. Meteram-se com ele ... escavou por baixo, tirou a areia toda e a peça que atira a porcaria "trambolhou". Talvez sirva de aviso para porem aquilo a despejar lá mais para dentro, onde as marés e as correntes sejam mais fortes. Até os peixes fogem daquela barria, que lhes entra nas guelras e os sufoca.
Conclusão bem mais acertada: quem se mete com o mar, leva!
* Romance de Fiódor Dostoiévski, escrito em 1866.
Sem comentários:
Enviar um comentário