A calçada é larga, tem o mar ao fundo e o areal pelo meio. A filha segue pela esquerda, com cara de poucos amigos, enquanto a mãe, sorrindo, utiliza o lado direito, nunca perdendo de vista a sua criança. O espaço entre ambas é grande, por a filha assim o determinar. Vai zangada.
- Ó mãe, mas andar para quê?
- Faz-te bem e a mãe precisa muito.
- Mas não me apetece. Já andámos de manhã ...
- Mexe-te e deixa-te de conversas ...
Uma cara feia, a mostrar que não concorda e que, se pudesse, desobedecia, claro. Procura argumentos enquanto franze o sobrolho.
- O sábado e o domingo são para descansar. Não são para torturar!
- E muito menos para passar o tempo agarrada ao telemóvel.
A mãe faz um sorriso amarelo quando se apercebe que o litígio tem testemunhas. Os seus olhos explicam que quem tem filhos daquele idade - 8/10 anos, não mais - está sujeito a argumentações claras e convincentes.
Passou o tempo do "anda e cala-te", mas continua a não ser fácil ...
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